Os dois países estão em conflito desde que, em janeiro, a Etiópia concluiu um acordo com a Somalilândia, uma região separatista da Somália, para arrendar parte da sua costa para um porto e uma base militar em troca de reconhecimento da independência.
O Ministério da Informação, Cultura e Turismo da Somália declarou num comunicado de imprensa que as forças etíopes avançaram hoje para o distrito de Bulohawo, no sul de Gedo, antes de serem travadas pelas "comunidades locais e pelas forças armadas".
"O Governo da Somália condena veementemente as ações do Governo etíope na região de Gedo, que visam desencadear conflitos entre fações na região", afirmou.
"Isto faz parte da interferência da administração de Adis Abeba na soberania e na unidade da Somália", acrescentou.
Nas últimas semanas, as tensões têm vindo a aumentar em torno da Jubalândia, um dos cinco estados semi-autónomos da Somália, que se encontram em conflito.
No final do passado mês de novembro, Ahmed Madobe foi reeleito presidente, o que desagradou ao Governo central da Somália, que pretendia que as eleições fossem adiadas para 2025, de modo a coincidirem com as eleições nacionais.
As tentativas de interferência da Etiópia irão "criar novos conflitos na região", adverte o ministério somali, sublinhando que o seu país continua aberto a uma "coexistência pacífica" com o seu vizinho.
A Somália está pronta a "defender a sua independência e soberania", acrescentou, instando a comunidade internacional a condenar os alegados movimentos etíopes.
Contactadas pela agência de notícias France-Presse (AFP), as autoridades etíopes não fizeram qualquer comentário sobre o assunto.
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