A carta foi publicada na edição de quinta-feira da revista científica Science e é subscrita por uma equipa internacional de cientistas, liderada pela italiana Tiziana di Lorenzo, investigadora do CE3C.
Em comunicado, o CE3C assinala o "papel vital" do "mundo subterrâneo" no "armazenamento de água potável" e "a riqueza e singularidade das espécies que alberga".
"Ao contrário das massas de água superficiais, controladas regularmente do ponto de vista físico-químico e biológico, a água subterrânea padece de uma desatenção alarmante", critica o comunicado, apontando que "a limitação da avaliação da sua qualidade a parâmetros físico-químicos ignora a informação que a componente ecológica pode dar acerca da saúde deste recurso natural".
Ana Sofia Reboleira, investigadora do CE3C citada no comunicado, sublinha que "a biodiversidade das águas subterrâneas, que inclui animais, fungos e microrganismos únicos especializados, tem um papel primordial na manutenção da qualidade da água".
"É debaixo de terra que temos 97% das reservas totais de água disponível para o consumo humano imediato e é a sua biodiversidade que recicla os nutrientes e contaminantes que chegam a estas reservas estratégicas para o futuro da humanidade. É vital acautelar a sua proteção com medidas específicas", sustentou.
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