Damasco denuncia interferência externa para "redesenhar mapa político"

O ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Bassam Sabag, denunciou hoje uma "ingerência regional e internacional" na Síria, argumentando que tais manobras pretendem "redesenhar o mapa político" da região.

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© LOUAI BESHARA/AFP via Getty Images

Lusa
06/12/2024 20:43 ‧ 06/12/2024 por Lusa

Mundo

Síria

"A interferência regional e internacional em tudo o que está a acontecer atualmente na Síria (...) visa uma nova divisão da região e redesenhar o seu mapa político", disse o chefe da diplomacia síria, após um encontro com os seus homólogos iraquiano e iraniano, em Bagdad.

 

Para analisar este conflito armado na Síria, o Iraque também já anunciou, após este encontro, que vai organizar uma conferência internacional a realizar em Bagdad.

A diplomacia iraquiana disse que já iniciou contactos diplomáticos com países como a Turquia, os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita e o Egito, bem como com outros Estados ocidentais e europeus para procurar uma solução para esta disputa na Síria, devastada por uma guerra civil iniciada há mais de uma década.

A organização da conferência internacional foi suscitada pelos súbitos acontecimentos na Síria, onde decorre uma violenta e rápida ofensiva de rebeldes islamitas contra o regime do Presidente Bashar Al-Assad.

Por seu lado, Moscovo também informou que os ministros dos Negócios Estrangeiros da Rússia, do Irão e da Turquia vão realizar uma reunião no sábado, no Qatar, sobre a situação na Síria.

A Rússia e o Irão são os principais aliados do regime da Síria, enquanto a Turquia apoia as fações rebeldes islamitas que iniciaram a atual ofensiva, que já levou à queda das cidades de Alepo e Hama, ambas capitais de província.

Em 27 de novembro, uma coligação dominada pelo grupo radical islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS, Organização pela Libertação do Levante), antigo ramo sírio da Al-Qaida, lançou uma ofensiva sem precedentes no noroeste do país.

No espaço de poucos dias, os rebeldes apoderaram-se de vastas áreas do norte da Síria e de uma grande parte de Alepo, a segunda maior cidade do país, o avanço mais espetacular em 13 anos de guerra.

Alepo está fora do controlo de Damasco pela primeira vez desde o início da guerra civil, um importante revés para o regime de Bashar al-Assad, que lançou uma contraofensiva.

Em pouco mais de uma semana, a violência causou a morte de 826 pessoas, incluindo 111 civis, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma organização não-governamental com sede no Reino Unido que possui uma vasta rede de fontes na Síria.

Também foram contabilizados cerca de 370 mil deslocados na sequência destes recentes combates, de acordo com a ONU.

A cidade estratégica de Hama caiu nas mãos dos rebeldes na quinta-feira, aumentando a pressão sobre o governo de Bashar al-Assad.

Situada a sul de Alepo, Hama controla a estrada para Homs, cerca de 40 quilómetros a sul, e para a capital Damasco, duas grandes cidades ainda nas mãos do governo.

Leia Também: Hezbollah diz que "estará ao lado" de Damasco para impedir ofensiva rebelde

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