Escolhido personalidade internacional do ano pelos jornalistas da Lusa, Donald Trump, 45.º Presidente dos Estados Unidos e prestes a tornar-se o 47.º, sempre cultivou a sua imagem, o que apenas amplificou a controvérsia, celebridade e turbulência política a que está associado.
O regresso de Trump à Casa Branca amplificou a sua tendência de sempre para gerar opiniões contraditórias: os seus críticos olham-no como uma figura divisiva, enquanto os seus apoiantes elogiam a sua postura intransigente em questões nacionais e a sua capacidade de afrontar o 'establishment' político.
Nascido a 14 de junho de 1946, no bairro de Queens, em Nova Iorque, Trump foi o quarto filho de Fred Trump, um bem-sucedido empresário imobiliário.
Apesar de crescer numa família rica, a sua juventude não lhe foi facilitada: foi enviado para a Academia Militar de Nova Iorque aos 13 anos, após começar a mostrar comportamentos rebeldes na escola, mas acabou por tomar o controlo da empresa imobiliária da família, em 1971, renomeando-a como Trump Organization.
Ao lado desta carreira empresarial, Trump cedo se mostrou atraído pelo mundo dos 'media' e procurou tornar-se uma figura de presença regural nos jornais tabloides e na televisão, onde ganhou maior fama como apresentador do programa The Apprentice.
Os seus comentários controversos --- como referir-se a imigrantes mexicanos como "violadores" - e a promessa de construir um muro na fronteira sul --- geraram tanto fortes críticas quanto amplo apoio, especialmente entre eleitores que se sentiam marginalizados pelos políticos tradicionais.
Apesar de ser um 'outsider' político, sem qualquer experiência governamental, em 2016 Trump derrotou facilmente um vasto campo de candidatos republicanos para assegurar a nomeação do partido, acabando por vencer a candidata democrata, Hillary Clinton.
O primeiro mandato foi marcado por decisões e ações divisivas, tanto no plano interno quanto internacional, com cortes fiscais significativos, retirada dos EUA do Acordo Climático de Paris e tarifas sobre os produtos chineses, iniciando uma guerra comercial com a China.
Um dos momentos mais significativos e controversos da presidência de Trump foi a insurreição do Capitólio, a 06 de janeiro de 2021, quando, depois de perder as eleições de 2020 para Joe Biden, continuou a alegar fraude eleitoral.
Apesar da controvérsia em torno da sua presidência e da sua derrota nas eleições de 2020, Trump manteve uma base de apoiantes leais e uma grande influência no Partido Republicano, o que o catapultou para uma vitória, este ano, sobre a atual vice-presidente democrata, Kamala Harris.
O regresso de Trump ao poder fica marcado por múltiplos desafios legais, incluindo o seu envolvimento em vários processos criminais, mas a sua popularidade política manteve-se forte, particularmente em estados-chave como a Pensilvânia e a Geórgia.
A sua candidatura teve como bandeiras o fim da guerra na Ucrânia, o endurecimento das políticas de imigração e o restabelecimento da supremacia económica dos EUA com políticas protecionistas.
Depois de uma campanha eleitoral marcada por tentativas de assassinato, Trump promete um segundo mandato ainda mais polémico do que o primeiro e com uma administração recheada de figuras escolhidas a dedo pela sua lealdade para "voltar a tornar a América grande".
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