O presidente francês, Emmanuel Macron, expressou, este sábado, durante o seu discurso nas cerimónias de reabertura da catedral de Notre-Dame, em Paris, a "gratidão da nação francesa a todos os que salvaram, ajudaram e reconstruíram" o famoso monumento.
"Estou perante vós (...) para exprimir a gratidão da nação francesa a todos aqueles que salvaram e reconstruíram a catedral", declarou, agradecendo também " a todos" os presentes no momento em que é devolvida a catedral "aos católicos, a Paris, a França e ao mundo inteiro".
"Os sinos de Notre-Dame estão de novo a tocar", acrescentou.
No seu discurso, o presidente francês recordou o dia trágico do incêndio - 15 de abril de 2019. "A pedra, a madeira e os vitrais podiam ter desaparecido", disse. "Nessa noite, o medo e a desgraça juntaram-se. A cadeia de azares, o vento de leste que se levantou no pior momento possível", lembrou, elogiando, posteriormente, a bravura dos bombeiros que "escalaram a fachada, mergulharam no fogo para evitar que os 16 sinos caíssem".
"Decidimos reconstruí-la de forma ainda mais bela", afirmou, referindo que foi escolhida a "fraternidade" e saudando todos os trabalhadores que nestes cincos anos trabalharam na reconstrução da catedral, desde carpinteiros a historiadores e arquitetos.
"Todos os gestos foram necessários. Redescobrimos o que as grandes nações podem fazer: realizar o impossível", frisou, visivelmente emocionado. "Esta noite, podemos partilhar a alegria e o orgulho (...) Viva Notre-Dame de Paris, viva a República e viva a França", rematou.
Macron discursou perante mais de 40 chefes de Estado e de Governo, membros da realeza europeia e figuras políticas proeminentes, dentro da catedral, por causa do mau tempo na capital francesa.
Devastada por um incêndio em abril de 2019, a famosa catedral de Notre-Dame de Paris reabre as suas portas, após cinco anos de obras de restauro sem precedentes na história de França.
Com esta reabertura, o presidente francês, que lançou o desafio de uma restauração da catedral em cinco anos após o incêndio, disse esperar criar um "choque de esperança" num país mergulhado numa profunda crise política, desde a aprovação da moção de censura do governo, na quinta-feira.
Na cerimónia é também celebrado um serviço religioso na presença de 1.500 convidados, durante o qual será lida uma mensagem do Papa Francisco, que recusou o convite para estar presente.
No final das cerimónias republicanas e litúrgicas, será oferecido um jantar no Eliseu.
[Notícia atualizada às 19h09]
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