"O rei Abdullah II afirmou, enquanto presidia a uma reunião do Conselho de Segurança Nacional, que a Jordânia apoia os irmãos sírios e respeita a sua vontade e as suas eleições", disse a agência noticiosa oficial jordana Petra, acrescentando que o monarca sublinhou 'a necessidade de trabalhar rápida e diligentemente para impor a estabilidade e evitar qualquer conflito que possa levar ao caos'.
O monarca sublinhou que a Jordânia "sempre apoiou os irmãos sírios desde o início da crise e abriu as suas portas aos refugiados durante a última década, fornecendo-lhes vários serviços, incluindo saúde, educação e outros, tal como aos jordanos".
O rei referiu que as Forças Armadas e os serviços de segurança da Jordânia trabalharam "com grande esforço nos últimos anos para manter a segurança da pátria e das suas fronteiras, sublinhando que continuarão a ser o olho guardião na proteção da Jordânia e dos jordanos e na preservação dos interesses da pátria".
Na sexta-feira, o governo jordano anunciou o encerramento do posto fronteiriço de Jaber, que faz a ligação com a Síria, devido às "condições de segurança" no país.
A Jordânia faz fronteira com a província de Deraa - berço das revoltas populares contra al-Assad em 2011 -, a província de Sueida, de maioria drusa, que tem sido palco de manifestações contra o presidente nos últimos anos, e a província de Homs.
A Jordânia é um dos países mais afetados pela crise síria e acolhe o segundo maior número de refugiados per capita do mundo, tendo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) registado a permanência de cerca de 730 mil pessoas, na sua maioria oriundas da Síria, com grandes grupos do Iraque, Iémen, Sudão e Somália.
Os rebeldes declararam hoje Damasco 'livre' do presidente Bashar al-Assad, após 12 dias de ofensiva de uma coligação liderada pelo grupo islâmico Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham ou HTS, em árabe), juntamente com outras fações apoiadas pela Turquia, para derrotar o governo sírio.
O presidente sírio, no poder há 24 anos, deixou o país perante a ofensiva rebelde, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), desconhecendo-se, para já, o seu paradeiro.
Rússia, China e Irão manifestaram preocupação pelo fim do regime, enquanto a maioria dos países ocidentais e árabes se mostrou satisfeita por Damasco deixar de estar nas mãos do clã Assad.
No poder há mais de meio século na Síria, o partido Baath foi, para muitos sírios, um símbolo de repressão, iniciada em 1970 com a chegada ao poder, através de um golpe de Estado, de Hafez al-Assad, pai de Bashar, que liderou o país até morrer, em 2000.
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