Em comunicado, o executivo haitiano condenou "com a maior firmeza o massacre abjeto perpetrado nos dias 06 e 07 de dezembro" e que provocou um "ataque direto à Humanidade e à ordem republicana".
O governo do Haiti diz que os ataques do fim de semana em Port-au-Prince "custaram a vida a mais de uma centena de mulheres e homens, sobretudo os mais velhos indefesos", mas um balanço feito hoje pela Organização das Nações Unidas (ONU) dava conta de pelo menos 184 vítimas mortais.
"Só no último fim de semana, pelo menos 184 pessoas foram mortas em atos de violência orquestrados pelo líder de um poderoso gangue na capital haitiana, Port-au-Prince, no bairro de Cité Soleil", afirmou o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, numa conferência de imprensa em Genebra.
Sem dar mais detalhes sobre o que aconteceu, Volkter Türk disse que com estas mortes são mais de cinco mil as pessoas que morreram este ano no Haiti.
O jornal norte-americano New York Times referiu que pelo menos 100 pessoas tinham sido mortas durante o fim de semana, citando uma organização não-governamental sediada em Port-au-Prince: a Rede Nacional de Defesa dos Direitos Humanos.
Contactada pela agência France-Presse, a organização não respondeu.
Uma outra organização não-governamental do Haiti, o Grupo para a Paz e Desenvolvimento (CPD) indicou que "mais de uma centena de pessoas" foram assassinadas na capital haitiana por ordem do chefe de um dos bandos de crime que controla uma grande parte do território há vários anos.
Segundo a mesma fonte, tratou-se de uma ação de represália pela morte de um dos filhos, que o líder do gangue acredita ter "adoecido na sequência de uma maldição".
A organização não-governamental refere-se à prática de vudu, uma tradição religiosa animista com fortes raízes no Haiti.
A violência dos bandos tem vindo a agravar-se desde fevereiro e os grupos armados controlam 80% de Port-au-Prince.
A violência obrigou mais de 700 mil habitantes, metade dos quais crianças, a deslocarem-se das casas onde residiam, disse a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Com o apoio da ONU e dos Estados Unidos, uma missão multinacional de apoio policial liderada pelo Quénia começou a ser destacada este verão para o Haiti.
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