Foi detido, esta quarta-feira, o principal suspeito da morte de Brian Thompson, CEO da seguradora de saúde norte-americana UnitedHealthcare, na última quarta-feira, em plena via pública em Nova Iorque. Quem é e o que se sabe?
O suspeito foi identificado pelas autoridades como Luigi Mangione, de 26 anos.
O jovem nasceu em Baltimore, Maryland e a sua última residência conhecida é Honolulu, no Havai. Também tem ligações a São Francisco, na Califórnia.
Frequentou um liceu privado só para rapazes - a Gilman School - onde se formou como o melhor da turma em 2016. A escola confirmou a informação num email que enviou a antigos alunos: "Esta é uma notícia profundamente angustiante para além de uma situação já de si terrível", escreveu Henry Smyth, o diretor da escola, onde se paga quase 40 mil dólares por ano, mais de 37.900 euros.
Jogou futebol na altura e tencionava obter uma licenciatura em inteligência artificial, centrada nas áreas da informática e da ciência cognitiva, na Universidade da Pensilvânia, que pertence à Ivy League - grupo de instituições de ensino superior de excelência nos Estados Unidos.
Os seus objetivos cumpriram-se, pelo menos em parte. Luigi Mangione estudou na Universidade da Pensilvânia, onde se licenciou em Engenharia, Ciência da Computação e Informação em 2020.
O seu perfil no LinkedIn indica que, atualmente, trabalhava como engenheiro de dados numa empresa automóvel sediada na Califórnia, embora indique que a sua residência atual é Honolulu.
Mangione também subscreveu causas anticapitalistas e contra as alterações climáticas. O estado do governo e da economia dos Estados Unidos eram tema comum na sua atividade nas redes sociais e gostava de citações online de Ted Kaczynski, o 'Unabomber'.
As publicações nas contas das redes sociais de Mangione sugerem que tinha perdido o contacto com a família e os amigos. Numa publicação na rede X alguém escreveu: "Ei, estás bem? Ninguém sabe de ti há meses e, aparentemente, a tua família anda à tua procura".
Mangione não tinha antecedentes criminais, mas tinha uma razão particularmente pessoal para odiar a comunidade médica, devido ao tratamento dado a um familiar doente, segundo fontes policiais citadas pela imprensa norte-americana.
Os obituários online mostram que o suspeito perdeu uma avó em 2013 e um avô em 2017.
Detido num McDonald's com um manifesto de três páginas
O jovem, recorde-se, foi detido enquanto estava a comer num McDonald's em Altoona, na Pensilvânia, depois de um empregado o ter visto e ter alertado a polícia.
Foi encontrado com uma arma fantasma - arma de fogo sem número de série - que terá sido "feita num impressora 3D" - e um supressor, bem como vários documentos de identificação - um com o seu nome verdadeiro e outro falso.
Na sua posse estavam documentos manuscritos, descritos como um "manifesto de três páginas", que falam da sua "motivação e mentalidade". A polícia diz que o documento não inclui ameaças específicas a outras pessoas, revela "alguma má vontade para com as empresas americanas".
As autoridades acreditam que o jovem "terá agido sozinho".
Recorde-se que as imagens de videovigilância mostram a vítima, Brian Thompson, a caminhar, às 06h45 de quarta-feira em direção à entrada de um hotel onde seria realizada uma conferência de investidores, quando o suspeito encapuzado e armado disparou sobre ele.
O presidente executivo da UnitedHealthCare desmaiou e foi declarado morto no hospital, 30 minutos depois. Segundo a polícia, o suspeito esperava por ele, depois fugiu a pé e de bicicleta elétrica, antes de desaparecer no pulmão verde de Manhattan.
Cada invólucro de bala tinha escrita a marcador: "Depose", "Delay", e "Deny", ("Depor", "Atrasar" e "Defender"), numa aparente referência a um livro de 2010 - 'Delay, Deny, Defend', que fazia duras críticas ao setor dos seguros de saúde.
Além disso, a polícia também revelou que encontrou a mochila do suspeito, que tinha um casaco e dinheiro falso do jogo de tabuleiro Monopólio.
A UnitedHealthCare fornece serviços de seguro de saúde para mais de 50 milhões.
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