A interrupção foi recomendada na semana passada pelo Vice-Almirante Carl Chebi, chefe do Comando Naval de Sistemas Aéreos, após um incidente no Novo México e entrou em vigor hoje de manhã, disse o porta-voz da Marinha, o comandante Tim Hawkins.
Tanto a Marinha como a Força Aérea dos Estados Unidos estão a aderir à pausa operacional voluntária, com tempo indefinido, uma vez que os serviços ainda estão a analisar a forma como a questão da segurança pode ser mitigada.
Uma investigação aprofundada sobre o Osprey realizada pela Associated Press no mês passado revelou que os problemas de segurança aumentaram nos últimos cinco anos, as peças estão a desgastar-se mais rapidamente do que o previsto e que a própria conceção do avião está a contribuir diretamente para muitos dos acidentes.
Na sequência desse relatório, os legisladores enviaram uma carta ao Secretário da Defesa, Lloyd Austin, pedindo que retirasse a frota Osprey do ativo até que fossem encontradas soluções para resolver os problemas de segurança identificados.
O Comando de Operações Especiais da Força Aérea está "em estreita coordenação com o Gabinete do Programa Conjunto do V-22 e tem conhecimento da sua recomendação de pausa operacional. Em concordância com a sua recomendação, o tenente-general Michael Conley, ordenou uma pausa em todas as operações de treino de voo do V-22", disse a tenente-coronel Becky Heyse, porta-voz do comando, num comunicado.
"Uma pausa nas operações de treino de voo permite tempo e espaço para entendermos o que aconteceu no evento mais recente antes de aceitarmos riscos com variáveis desconhecidas", informa ainda o comunicado.
O incidente de 20 de novembro na Base Aérea de Cannon, no Novo México, teve semelhanças com um acidente ao largo da costa do Japão, em novembro do ano passado, que matou oito membros do Comando de Operações Especiais da Força Aérea.
No acidente do Japão, inclusões (pontos fracos) no metal utilizado para engrenagens críticas dentro da transmissão do Osprey falharam, levando a que as engrenagens se desintegrassem durante o voo e a uma falha catastrófica em cascata da aeronave. Na altura, a tripulação não se apercebeu da gravidade da falha e não aterrou imediatamente.
Embora a investigação ainda não esteja concluída, no voo em Cannon a tripulação recebeu avisos semelhantes pouco depois da descolagem e perdeu um motor, mas conseguiu rapidamente colocar o Osprey de novo no solo e em segurança.
Uma análise posterior das peças que se partiram revelou que fraquezas metálicas semelhantes podem ter desempenhado um papel importante, mas numa peça diferente da que falhou no acidente do Japão.
Desde que os militares começaram a pilotar a aeronave, há três décadas, 64 pessoas morreram e 93 ficaram feridas em acidentes. As forças armadas japonesas voltaram a imobilizar brevemente a sua frota em outubro, depois de um Osprey se ter inclinado violentamente durante a descolagem e embater no solo.
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