De acordo com uma comunicação apresentada ao início da tarde de hoje, o executivo comunitário quer impedir Moscovo e Minsk de pressionarem os países da UE com os requerentes de asilo que atravessam aqueles dois países.
Para isso, o executivo de Ursula von der Leyen vai disponibilizar mais 170 milhões de euros, para a Finlândia (19,4 milhões de euros), Letónia (17 milhões de euros), Lituânia (15,4 milhões de euros), Polónia (52 milhões de euros) e Noruega (16,4 milhões de euros).
O propósito deste apoio é reforçar as redes de vigilância eletrónicas, os sistemas de telecomunicações e outros equipamentos necessários para fazer uma "avaliação em tempo real" da situação nas fronteiras de cada um destes países.
A Polónia vai receber a maior 'fatia' deste apoio (150 milhões de euros), depois de anunciar que está a ponderar suspender os direitos de asilo de imigrantes que atravessam a Bielorrússia.
Questionada sobre a decisão de Varsóvia, a vice-presidente executiva da Comissão Europeia para a Soberania Tecnológica e Segurança, Henna Virkkunen, não respondeu à questão, limitando-se a dizer que o executivo comunitário está em contacto com todos os Estados-membros.
Em conferência de imprensa, em Bruxelas, na Bélgica, Henna Virkkunen disse que o propósito desta comunicação da Comissão Europeia era impedir Minsk e Moscovo de "utilizarem os imigrantes como armamento".
Citada no comunicado que acompanha o documento, a presidente, Ursula von der Leyen, diz que o objetivo é "impedir a Rússia e a Bielorrússia de utilizarem os princípios e valores da UE contra a UE".
Face a questões dos jornalistas sobre a utilização por parte dos próprios Estados-membros da UE da imigração como "armamento", nomeadamente retóricas propagadas pelo Governo austríaco e húngaro contra imigrantes, a vice-presidente executiva circunscreveu esta comunicação às ações dos regimes de Vladimir Putin e Aleksandr Lukashenko.
Na quarta página do documento, a Comissão Europeia aponta a "instrumentalização digital" dos requerentes de asilo, nomeadamente a disseminação de conteúdos com retóricas consideradas pelo executivo comunitário como prejudiciais, e até o aliciamento por parte de redes de tráfico de pessoas.
Questionada sobre as redes sociais onde a Comissão Europeia detetou esta alegada instrumentalização e o que levou o executivo a fazer essa avaliação, Henna Virkkunen foi evasiva na resposta e disse que era uma avaliação que era feita com regularidade pelo executivo europeu.
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