São pessoas que foram detidas no âmbito de protestos contra o resultado das eleições presidenciais de 28 de julho, em que Nicolás Maduro foi proclamado Presidente reeleito com 51% dos votos, resultados que são contestados pela oposição que insiste que Edmundo González Urrutia ganhou as presidenciais com quase 70% dos votos.
"Nas últimas 72 horas (10, 11 e 12 de dezembro de 2024), houve um total de 103 libertações da prisão, para além das 225 medidas cautelares concedidas em 26 de novembro deste ano", anunciou a Vice-presidência Setorial de Política, Segurança Cidadã e Paz (VPSCP) num comunicado divulgado no Instagram.
Segundo a VPSCP, as libertações foram concedidas "em resposta ao pedido feito pelo Presidente Nicolás Maduro aos órgãos do Sistema de Justiça para que revejam todos os casos relativos aos atos de violência e crimes cometidos por setores fascistas e extremistas a nível nacional e internacional após as eleições presidenciais de 28 de julho, cujo principal objetivo era perturbar a paz do povo venezuelano".
Em novembro, o Ministério Público da Venezuela anunciou que iria rever os casos de 225 das 2.400 pessoas que foram detidas na sequência dos protestos contra os resultados das eleições presidenciais de 28 julho, nas quais o Presidente Nicolás Maduro foi declarado vencedor e reeleito para um terceiro mandato consecutivo de seis anos.
Em 12 de novembro, Maduro pediu às autoridades locais para reverem os processos judiciais de adolescentes detidos nos protestos pós-eleições presidenciais, admitindo a possibilidade de ter ocorrido algum tipo de erro procedimental.
A oposição venezuelana e muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente.
A oposição afirma que o seu candidato presidencial, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia, obteve quase 70% dos votos no escrutínio. Em novembro passado, os Estados Unidos reconheceram Edmundo González Urrutia como Presidente eleito da Venezuela.
Os resultados eleitorais foram contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo, segundo as autoridades, de mais de 2.400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.
De acordo com a organização Foro Penal, a Venezuela tinha, até terça-feira, 1.913 pessoas presas por motivos políticos.
Entre os detidos está o luso-descendente Williams Dávila, 73 anos, antigo governador de Mérida, que foi detido em 08 de agosto na Plaza los Palos Grandes (leste de Caracas) por homens armados, após uma vigília pelos presos políticos, em que participaram centenas de pessoas.
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