Sete países da UE criticam restantes sobre falta de combate à pedofilia

A Bélgica e outros seis países criticaram hoje a eliminação de "partes importantes", por parte do Conselho da União Europeia, de uma diretiva da Comissão para combater o abuso sexual de crianças.

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Lusa
13/12/2024 12:36 ‧ há 4 horas por Lusa

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"O Conselho [da União Europeia] eliminou partes essenciais deste texto. Lamentamos profundamente que a maioria dos Estados-membros seja incapaz de uma abordagem mais ambiciosa", dá conta um comunicado da Bélgica, Finlândia, Irlanda, Letónia, Luxemburgo, Eslovénia e Suécia.

 

O Conselho da UE chegou hoje a um acordo para avançar com esta diretiva, mas estes sete países consideram que a proposta final ficou aquém do esperado e que eliminou porções imprescindíveis do documento, para combater a pedofilia.

Apesar do texto aprovado, os signatários da carta, divulgada pela representação permanente da Bélgica junto da UE, consideram que as crianças que atingiram a idade do consentimento sexual continuam com falta de "proteção legal compreensiva contra atos sexuais indesejados".

"Para nós é evidente que crianças a dormir ou inconscientes não podem consentir atos sexuais. Muito menos pode ser considerado consentimento o silêncio de uma criança, a falta de resistência física ou condutas sexuais passadas. Tudo isto devia estar clarificado na parte operativa da diretiva", sustentaram os sete Estados-membros que se opõem às decisões dos outros 20.

"Investigações apontam que o congelamento por medo é uma reação comum à violação e violência sexual. Por exemplo, a investigação intitulada 'Imobilidade tónica durante uma violação' aponta que 70% das vítimas de violações reagiram com imobilização, incapazes de resistir", alertaram os países que endereçaram esta carta, advertindo que a "sensação de congelamento por medo não é consentimento".

É uma "resposta de sobrevivência instintiva e isso devia estar claramente especificado na parte operativa da diretiva", como sugeriu a Comissão Europeia na proposta inicial.

De acordo com informação disponibilizada pela Comissão Europeia em 07 de novembro de 2024, os abusos sexuais de crianças estão a crescer na União Europeia.

Só em 2023, houve denuncias de mais de 1,3 milhões de abusos sexuais de menores. A pedofilia digital atingiu as mais de 3,4 milhões de imagens e vídeos, revelou o executivo comunitário.

Os dados, providenciados pela Fundação para a Observação da Internet, apontou também que a nível mundial, em 2023, houve mais de 35 milhões de denúncias de pedofilia.

A estatística apenas refere circunstâncias de denúncias, pelo que os números reais de abusos sexuais deverão ser maiores.

Três em cada cinco crianças são vítimas de abusos sexuais na União Europeia.

Leia Também: Quase metade dos carros novos na UE eram elétricos e híbridos em 2023

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