"Desprezo o Estado e estou dentro do Estado para o quebrar, destruir e reduzir", frisou Milei, num longo discurso após ter sido premiado num evento promovido pelo Instituto Milton Friedman, pela organização Students for Liberty Italia e pelo jornal da Associação Italiana 'Il Tempo', que acolheu a cerimónia na sua sede, no centro de Roma.
O chefe de Estado argentino, que se autointitula um "capitalista anarquista", exibiu a política de desregulação da economia que adota na Argentina desde que chegou ao poder.
"Passámos de um país quase pouco apresentável ao mundo para estarmos mais ou menos a meio do caminho, embora ainda haja 3.500 reformas por fazer", observou Milei.
Para o argentino, o seu Governo desregulamentou em média 1,5 leis por dia e tem pendentes 3.500 reformas com o objetivo de alcançar um crescimento elevado e prolongado nos próximos anos.
"Se olharmos para todas as reformas estruturais que estamos a fazer, a Argentina vai crescer muito mais do que 4,5%", acrescentou Milei.
Milei voltou a prometer que irá tornar a Argentina "grande novamente" para se tornar ""uma potência".
"Vou transformar a Argentina num dos países mais livres do mundo, seguindo o exemplo da Irlanda, que em 30 anos se tornou um dos países mais ricos do mundo, com um PIB per capita 50% superior ao dos Estados Unidos", vincou.
O governante assegurou ainda que a reforma estrutural do seu Governo fez com que a Argentina "melhorasse cerca de 70 posições em termos de liberdade económica".
O prémio que obteve tem o nome de Milton Friedman (1912-2006), economista conhecido por ser um dos principais expoentes do pensamento neoliberal do século XX e vencedor do Prémio Nobel da Economia em 1976.
As suas ideias em defesa do mercado livre e redução da intervenção estatal tiveram muito peso nas políticas económicas dos países do mundo ocidental no final do século XX.
Após este evento, Milei irá reunir-se com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni (extrema-direita), aliada ideológica do Presidente argentino.
No sábado Milei discursará num evento da juventude do partido de Meloni, Irmãos de Itália, com a visita do chefe de Estado argentino a terminar no domingo.
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