"Temos estado em contacto com o HTS e outras partes", disse Blinken aos jornalistas após conversações sobre a Síria na Jordânia.
Blinken não deu mais pormenores sobre as circunstâncias destes contactos, mas quando lhe perguntaram se os EUA tinham tido uma ligação direta, respondeu: "Contacto direto, sim".
O secretário de Estado acrescentou que o contacto fazia parte dos esforços para localizar Austin Tice, um jornalista norte-americano raptado em 2012, no início da guerra civil síria.
"Sublinhámos a todas as partes com quem estivemos em contacto a importância de encontrar Austin Tice e de o trazer para casa", afirmou.
O HTS, liderado por Abu Mohammad al-Jolani, afirma ter rompido com o extremismo islâmico, mas continua a ser classificado como "terrorista" por várias capitais ocidentais, incluindo Washington.
Poucos esperam que os Estados Unidos retirem rapidamente a designação de "terrorista", num contexto de transição política, no próximo mês, com a chegada de Donald Trump à Casa Branca.
Blinken fez o anúncio quando estava a concluir uma deslocação que o levou à Turquia, Jordânia e Iraque, três países vizinhos da Síria, durante a qual falou sobre a situação no país após o derrube de Bashar al-Assad.
Em Aqaba, Blinken participou em debates que reuniram diplomatas árabes, europeus e turcos, sendo a Turquia um dos principais apoiantes do HTS.
O secretário de estado afirmou que estas discussões conduziriam a uma declaração conjunta em que se afirma: "Concordámos que o processo de transição deve ser conduzido e controlado pelos próprios sírios e conduzir a um governo inclusivo e representativo".
"Os direitos de todos os sírios, incluindo as minorias e as mulheres, devem ser respeitados. A ajuda humanitária deve chegar às pessoas que dela necessitam", acrescentou.
Os participantes nas conversações concordaram que as "instituições do Estado" devem continuar a prestar serviços essenciais.
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