Líbano defende regresso de refugiados após queda de Assad

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, defendeu hoje que "a melhor solução" é que os sírios que se refugiaram no Líbano regressem a casa, após a queda do regime do Presidente sírio Bashar al-Assad.

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© Antonio Masiello/Getty Images

Lusa
14/12/2024 21:20 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Síria

"A guerra [civil] na Síria fez com que o Líbano tenha o maior número de refugiados 'per capita' do mundo", afirmou Mikati em Roma, no comício político anual organizado pelo partido de extrema-direita Irmãos de Itália, da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.

 

"A pressão sobre os nossos recursos tem sido substancial, agravando os problemas económicos existentes e conduzindo a uma concorrência feroz por empregos e serviços", prosseguiu.

"Atualmente, e após a transformação política na Síria, a melhor solução para este problema é o regresso dos sírios ao seu país", declarou.

Segundo as autoridades, o Líbano, com 5,8 milhões de habitantes, acolhe presentemente cerca de dois milhões de sírios (cerca de 800.000 estão registados junto das Nações Unidas), o mais elevado número de refugiados por habitante do mundo.

Muitos deles fugiram após o início da guerra civil, em 2011, que se seguiu à repressão brutal dos protestos contra o regime de Bashar al-Assad, na sequência da Primavera Árabe.

A guerra, que matou mais de 300.000 pessoas, obrigou à deslocação de metade da população síria e fez sair do país quase seis milhões de refugiados.

Mitaki sustentou que "a comunidade internacional, em particular a Europa, deverá ajudar ao regresso dos sírios".

Para tal, os países europeus devem "lançar iniciativas de reconstrução nas zonas seguras da Síria", sublinhou.

Os rebeldes da vitoriosa coligação islamista Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, ou HTS, em árabe), que inclui o antigo ramo sírio da Al-Qaida, lançaram a 27 de novembro na Síria uma ofensiva relâmpago a partir da cidade de Idlib, um bastião da oposição, e conseguiram expulsar em poucos dias o Exército de Bashar al-Assad, apoiado pela Rússia e pelo Irão, das capitais provinciais de Alepo, Hama e Homs, abrindo caminho para Damasco, a capital do país, e pondo fim ao regime da família al-Assad, no poder desde 1971, ano em que o seu pai, Hafez al-Assad, tomou o poder através de um golpe de Estado.

Bashar al-Assad, há 24 anos a liderar a Síria, abandonou a 08 de dezembro o país com a família e pediu asilo político na Rússia.

Leia Também: Um morto em ataque de 'drone' israelita no Líbano

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