A Ucrânia demitiu Oleksandr Lutsenko, o comandante responsável pela zona de Donetsk, no leste do país, depois de avanços russos na região, avançou à CNN Internacional um oficial militar da Ucrânia. O cargo será agora assumido pelo general Oleksandr Tarnavskiy.
As forças russas foram avistadas a apenas três quilómetros da cidade de Pokrovsk e, a partir desse momento, Lutsenko foi alvo de duras críticas.
Pokrovsk tem sido palco, há já alguns meses, das mais duras batalhas na frente oriental, com a Rússia a tentar aproximar-se da cidade. A 24 quilómetros das regiões ucranianas de Donetsk e Dnipropetrovsk, Pokrovsk é um alvo estratégico para a Rússia.
Perder a cidade para Moscovo representaria uma das maiores perdas ucranianas dos últimos meses e iria agravar os esforços do país para sair da situação de desvantagem, enquanto as tropas russas fazem uma forte pressão na frente oriental.
Além disso, iria contribuir para aumentar a ansiedade dos militares ucranianos face à presidência de Donald Trump, nos Estados Unidos, que aumentou o risco de a ajuda militar da maior fonte de Kyiv secar enquanto a guerra se aproxima do quarto ano.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram, entretanto, a concretizar-se.
As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território, e a rejeitar negociar enquanto as forças ucranianas controlem a região russa de Kursk, parcialmente ocupada em agosto.
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