"O alargamento aos Balcãs Ocidentais é o investimento geopolítico mais importante que podemos fazer. É por isso que os dirigentes dos 27 Estados-membros da União Europeia e os dirigentes dos Balcãs Ocidentais se reunirão de novo em Bruxelas a 18 de dezembro", disse hoje António Costa, numa mensagem em vídeo publicada na rede social X (antigo Twitter).
A dois dias da Cimeira UE-Balcãs Ocidentais, a primeira presidida por António Costa na qualidade de presidente do Conselho Europeu, o responsável garante que o bloco comunitário "leva a sério os seus compromissos", que "não se tratam de palavras vãs".
"O futuro dos Balcãs Ocidentais está na União Europeia. Estamos a investir na paz e na prosperidade para todas as pessoas dos Balcãs Ocidentais, estamos a investir no nosso futuro comum nestes tempos de incerteza e, mais do que nunca, precisamos de trabalhar em conjunto", frisa António Costa na mensagem em vídeo.
Para quarta-feira está então marcada, para Bruxelas, a reunião de alto nível entre chefes de Governo e de Estado da UE e dos Balcãs Ocidentais, um dia antes do também primeiro Conselho Europeu presidido por António Costa.
Numa altura em que vários países da região se encontram à espera há vários anos para entrar no bloco comunitário, o encontro é "uma oportunidade para prosseguir a nova dinâmica da parceria estratégica entre a União Europeia e os Balcãs Ocidentais, incluindo uma reflexão sobre a forma de aprofundar essa parceria e de avançar em conjunto para um futuro comum na União Europeia", segundo a agenda.
Os principais temas em debate são, por isso, o reforço da integração UE-Balcãs Ocidentais através do plano de crescimento, o aprofundamento do compromisso político e estratégico da em vários domínios, incluindo a política externa e de segurança, a construção de uma base económica para o futuro e atenuar o impacto da guerra da Ucrânia causada pela invasão russa e a cooperação na gestão da migração e na luta contra a corrupção e a criminalidade organizada.
O encontro arranca pelas 16:30 (hora local, menos uma em Lisboa), com entradas e declarações, havendo pelas 17:15 uma receção oficial de António Costa e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que também marcará presença.
Já pelo jantar, os líderes de ambos os blocos vão debater o contexto geopolítico e os desafios que afetam ambas as regiões.
Quanto aos Balcãs Ocidentais, surgem de momento críticas no bloco comunitário sobre "dois pesos e duas medidas" relativamente ao processo de alargamento da UE, já que apesar de a União ter vindo a desenvolver uma política de apoio à integração progressiva, estes países encontram-se há vários anos à espera de entrar, ao passo que têm havido avanços no que toca à Ucrânia.
Quando era primeiro-ministro, António Costa defendia precisamente avanços no processo de adesão dos Balcãs com base no mérito.
Em 2013, a Croácia tornou-se o primeiro dos países dos Balcãs Ocidentais a aderir à UE, enquanto a Albânia, a Bósnia-Herzegovina, o Montenegro, a Macedónia do Norte e a Sérvia têm oficialmente o estatuto de países candidatos.
Entretanto, foram iniciadas negociações e abertos capítulos de adesão com o Montenegro e a Sérvia, além de que as negociações com a Albânia e a Macedónia do Norte foram iniciadas em julho de 2022 e o Kosovo apresentou a sua candidatura à adesão em dezembro de 2022.
Desde 2018 que se realizam cimeiras regulares entre a UE e os Balcãs Ocidentais, sendo que a decorreu em Bruxelas em dezembro de 2023.
No passado dia 01 de dezembro, António Costa começou o seu mandato de dois anos e meio à frente do Conselho Europeu, sendo o primeiro socialista e português neste cargo.
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