"Os 12 países concordaram em interromper e dissuadir a frota fantasma russa para evitar operações ilegais e aumentar os custos da Rússia na sua guerra contra a Ucrânia", disse uma declaração conjunta dos países, que também incluem a Alemanha, Dinamarca, Holanda, Finlândia, Polónia, Suécia e as nações bálticas.
"Estamos determinados a responsabilizá-los, inclusive por meio de sanções, pelos riscos que representam e pelo apoio que dão à guerra da Rússia contra a Ucrânia", disseram os representantes desses Estados.
"A Rússia utiliza a sua frota fantasma para contornar as sanções e atenuar o seu impacto na Rússia", acrescentaram, referindo-se aos navios que permitem ao regime russo, entre outras coisas, continuar a vender hidrocarbonetos.
A chamada "frota fantasma" russa contorna o mecanismo de limitação do preço do petróleo, apoia o setor energético da Rússia, transporta equipamento militar para a Rússia ou cereais ucranianos roubados.
O Governo da Estónia recordou que esta atividade "ameaça a segurança, a economia e o ambiente da Europa".
"Estamos a tomar medidas coordenadas para dissuadir a frota fantasma russa e as suas tentativas de evitar sanções", afirmou a primeira-ministra da Estónia, Kristen Michal, que irá receber em Talin, na terça-feira, os membros da Força Expedicionária Conjunta (JET), composta pela Dinamarca, Finlândia, Islândia, Lituânia, Letónia, Países Baixos, Noruega, Suécia e Reino Unido.
O Reino Unido, a Dinamarca, a Suécia, a Polónia, a Finlândia e a Estónia deram instruções às respetivas autoridades marítimas para solicitarem provas de seguro para os navios suspeitos de pertencerem à frota russa que passem por vários pontos europeus.
Estes pontos são o Canal da Mancha, o estreito dinamarquês do Grande Belt, o estreito dinamarquês-sueco e o Golfo da Finlândia.
"As informações recolhidas pelos Estados participantes, incluindo as informações sobre os navios que optam por não responder aos pedidos, serão avaliadas em conjunto com os nossos parceiros internacionais", refere o comunicado.
No dia 11 a União Europeia aprovou o 15º pacote de sanções à Rússia que visava abranger os navios-tanque que transportam petróleo russo, a "frota fantasma" russa, que se traduz numa importante fonte de financiamento para a Rússia continuar a sua guerra na Ucrânia.
Em concreto, neste pacote aprovado, serão abrangidos cerca de 50 navios-tanque, de acordo com as fontes diplomáticas ouvidas pela Lusa.
De forma a contornar as sanções da UE a este combustível fóssil, Moscovo utiliza petroleiros antigos para exportar petróleo bruto e produtos petrolíferos para o estrangeiro, navios que, além de não respeitarem os habituais registos, também suscitam receios quanto ao elevado risco de catástrofes ambientais, incluindo derrames de petróleo.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, considerou "importante" a aprovação do 15º pacote de sanções contra a Rússia, pedindo que se continue a "limitar as possibilidades" de Moscovo para continuar a guerra na Ucrânia.
"Acordo importante alcançado hoje (dia 11) entre os embaixadores da União Europeia sobre o 15º pacote de sanções contra a Rússia, que contém medidas para contrariar a sua frota fantasma", escreveu António Costa na rede social X.
O ex-primeiro-ministro português, que iniciou funções como presidente do Conselho Europeu no dia 01 de dezembro, acrescentou que é "necessário continuar os esforços para limitar as possibilidades da Rússia de continuar a guerra" no território ucraniano.
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