Adams, ex-membro do Sinn Féin, de 76 anos, será julgado entre fevereiro e junho de 2026 no High Court de Londres, refere o comunicado. O julgamento deverá durar sete dias.
"Esta será a primeira vez que Gerry Adams será interrogado em tribunal sobre o seu alegado papel como Comandante-em-Chefe do Exército Republicano Irlandês Provisório durante os conflitos" na Irlanda do Norte, refere o comunicado.
O conflito, um período conhecido como 'The Troubles', que durou trinta anos e custou quase 3.500 vidas, terminou com o Acordo de Belfast, também conhecido como Acordo da Sexta-Feira Santa, em 1998.
A onda de violência na Irlanda do Norte opôs nacionalistas republicanos, maioritariamente católicos, favoráveis à reunificação da ilha da Irlanda, aos lealistas, maioritariamente protestantes, que defendiam a manutenção da província sob a coroa britânica, com o envolvimento do exército britânico.
Gerry Adams, que se demitiu do cargo de líder do Sinn Féin em fevereiro de 2018, está a ser processado por três homens: John Clark, vítima do atentado de 1973 em Old Bailey, Londres; Jonathan Ganesh, vítima do atentado de 1996 em Docklands, Londres; e Barry Laycock, vítima do atentado de 1996 no centro comercial Arndale, Manchester.
Os homens estão a pedir uma indemnização de 1 libra (1,20 euros).
Em maio de 2020, Gerry Adams ganhou um recurso no Supremo Tribunal britânico. O Tribunal decidiu que a ordem que levou à sua prisão na década de 1970 era "inválida". Nessa altura, foi preso sem julgamento.
Gerry Adams foi condenado em 1975 por duas tentativas de fuga.
A campanha de atentados do IRA na Grã-Bretanha, que durou desde o início dos anos 70 até aos anos 90, causou mais de 100 mortos e milhares de feridos.
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