Pelo menos 21 combatentes pró-turcos morreram em confrontos

Pelo menos 21 combatentes pró-turcos foram hoje mortos por grupos curdos no norte da Síria, apesar de uma trégua patrocinada pelos Estados Unidos (EUA), informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

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Lusa
18/12/2024 21:24 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Síria

"Pelo menos 21 membros de fações pró-turcas foram mortos e outros feridos por disparos do Conselho Militar de Manbij. O tiroteio ocorreu após um ataque das fações pró-curdas na área da barragem de Tishrin", disse a organização não-governamental (ONG), sediada no Reino Unido e com uma vasta rede de fontes no terreno.

 

Segundo o OSDH, os membros do Conselho Militar de Manbij, afiliado às Forças Democráticas Sírias (SDF), repeliram "um ataque das fações pró-turcas a casas na barragem de Tishrin", na província de Alepo, no norte da Síria, que desde 2015 se encontra sob o controlo das SDF, lideradas pelos curdos.

A este confronto seguiram-se vários outros "violentos" com armas pesadas e médias, afirmou a ONG, que adiantou haverem "vítimas nas fileiras do Conselho Militar de Manbij e das SDF", sem especificar o número.

"Depois de ter impedido o ataque, as forças do Conselho de Manbij revistaram a zona da barragem e os arredores", acrescentou o Observatório.

As SDF abateram também um 'drone' turco Bayraktar que sobrevoava a zona.

Foi ainda registado hoje um novo ataque na zona da barragem de Tishrin, que fornece eletricidade a grande parte do nordeste da Síria, pelo grupo rebelde pró-turco, apoiado por tropas turcas no terreno e no ar.

A barragem tem sido alvo de ataques de organizações rebeldes apoiadas pela Turquia nos últimos dias.

Os EUA anunciaram na terça-feira o prolongamento da trégua, patrocinada por Washington, entre as forças dominadas pelos curdos que controlam vastas regiões do nordeste da Síria e os grupos pró-turcos em Manbij, uma zona de maioria árabe.

A trégua de cinco dias "foi prolongada até ao final da semana e vamos tentar garantir que este cessar-fogo dure o máximo de tempo possível", disse Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, referindo-se ao acordo que já havia expirado.

O OSDH considerou este último ataque turco "uma violação do cessar-fogo mediado pelos EUA" entre as forças cudas e os grupos pró-turcos.

A 11 de dezembro, três dias após a queda do regime do Presidente Bashar al-Assad na Síria, o líder das forças dominadas pelos curdos anunciou um cessar-fogo de cinco dias com os grupos pró-turcos em Manbij, onde os combates resultaram na morte de 218 pessoas em apenas alguns dias.

A extensão do cessar-fogo surgiu numa altura em que os grupos apoiados por Ancara se preparavam para lançar uma ofensiva contra cidade de Kobane, nas mãos das forças lideradas pelos curdos, segundo o OSDH.

Os sírios curdos são a principal componente das SDF, apoiadas por Washington, e têm estado na linha da frente da luta contra o grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI).

A Turquia é o principal apoiante do novo poder sírio que derrubou o Presidente Bashar al-Assad a 08 de dezembro, a Organização de Libertação do Levante (HTS), e considera que as forças curdas instaladas no nordeste da Síria provêm do seu inimigo figadal, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), separatista.

Leia Também: EUA anunciam extensão de trégua entre forças pró-curdas e pró-turcas

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