Putin recusa ver queda do regime de Assad como derrota para a Rússia

O Presidente russo, Vladimir Putin, recusou hoje a ideia de que a queda de Bashar al-Assad na Síria, um aliado próximo de Moscovo, possa ser vista como uma derrota para a Rússia.

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© GAVRIIL GRIGOROV/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
19/12/2024 11:52 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Síria

"As pessoas estão a tentar apresentar o que aconteceu na Síria como uma derrota para a Rússia. Asseguro-vos que não é esse o caso", declarou Putin durante a sua conferência de imprensa anual, citado pela agência francesa AFP.

 

Putin disse que o exército russo, destacado na Síria desde 2015, atingiu os objetivos no país onde mantém uma base naval e uma base aérea.

"Fomos para a Síria há cerca de 10 anos para impedir a criação de um enclave terrorista, como no Afeganistão. De um modo geral, atingimos o nosso objetivo", afirmou.

A Rússia e o Irão eram os dois grandes aliados de Bashar al-Assad, que foi derrubado em 08 de dezembro por uma coligação de forças rebeldes, após uma ofensiva que durou apenas 12 dias.

Assad fugiu com a família para a Rússia, que lhe concedeu asilo político.

Putin disse hoje que ainda não viu Bashar al-Assad, mas que tenciona falar com o ex-presidente.

"Ainda não vi o Presidente Assad desde a sua chegada a Moscovo, mas tenciono fazê-lo. Vou certamente falar com ele", afirmou, em resposta a uma pergunta de um jornalista norte-americano.

Putin admitiu perguntar a Assad pelo jornalista norte-americano Austin Tice, desaparecido na Síria há 12 anos, que a administração do Presidente Joe Biden definiu como uma prioridade após a queda do regime de Damasco.

"Também podemos colocar a questão às pessoas que controlam a situação no terreno na Síria", disse também Putin, citado pela agência norte-americana AP.

Tice, então com 31 anos, entrou na Síria em maio de 2012, para acompanhar um grupo de rebeldes e fez algumas reportagens para vários meios de comunicação social, segundo o jornal britânico Independent.

Durante uma viagem para Beirute, onde pretendia fazer uma pausa após quase três meses na Síria, foi detido numa zona controlada pelas forças do governo de Assad, desconhecendo-se o seu paradeiro desde então.

A Rússia tem uma base naval em Tartus, porta de entrada para o Mar Mediterrâneo, e opera um aeródromo militar em Hmeimim, no noroeste da Síria.

Ambas são consideradas estratégicas para as operações militares russas no Médio Oriente e nos países do Sahel, uma faixa entre o Atlântico, a oeste, e o Mar Vermelho, a leste, e entre o deserto do Sara, a norte, e o Sudão, a sul.

A base em Tartus foi criada em 1971, no âmbito de um acordo entre a Síria e a então União Soviética, segundo a agência russa TASS.

O grupo aéreo das Forças Aeroespaciais Russas na Síria foi criado em 30 de setembro de 2015 para conduzir uma operação militar de apoio ao exército sírio na luta contra a organização extremista Estado Islâmico.

Leia Também: Putin diz que situação "muda radicalmente" na Ucrânia. "Todos os dias"

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