A remodelação acontece depois de uma semana de caos político num país onde reina a confusão após a demissão surpresa da vice-primeira-ministra que discordou de Justin Trudeau sobre a forma como estava a gerir a iminente guerra económica com os Estados Unidos.
"A nossa equipa vai concentrar-se no que é mais importante para os canadianos: tornar a vida mais acessível, fazer crescer a economia e criar bons empregos para a classe média", disse o chefe de Governo, em comunicado, sem fazer qualquer menção à crise política.
Entretanto, o Novo Partido Democrata (NPD), cujos votos têm garantido a estabilidade governamental, anunciou hoje que vai derrubar o executivo de Trudeau e provocar eleições antecipadas.
Numa carta tornada pública nas últimas horas, o líder do NDP, Jagmeet Singh, disse que o Partido Liberal de Trudeau "não merece outra oportunidade".
"É por isso que o NDP votará para derrubar este Governo e dará aos canadianos a oportunidade de votar numa equipa que trabalhe para eles", acrescentou Singh, anunciando que apresentará uma moção de censura.
Singh acrescentou que o NDP apresentará uma moção de censura quando forem retomadas as sessões do Parlamento canadiano, que iniciou as férias de Natal na passada terça-feira.
A Câmara dos Comuns planeia reiniciar as suas sessões a 27 de janeiro, embora Trudeau possa pedir à Governadora-Geral, Mary Simon, que atua como chefe de Estado, que prolongue a reabertura do Parlamento.
Os dois principais grupos da oposição, o Partido Conservador (PC) e o bloco soberanista Quebecois (BQ), já tinham anunciado há semanas a sua intenção de derrubar o Governo de Trudeau para provocar eleições antecipadas.
Na segunda-feira, a demissão da número dois do Governo aumentara ainda mais a pressão.
Chrystia Freeland saiu em rota de colisão política com Justin Trudeau sobre como gerir a iminente guerra económica com os Estados Unidos.
Há vários dias que o país procura uma solução para as ameaças do Presidente eleito norte-americano, Donald Trump, que prometeu impor tarifas aduaneiras de 25% aos seus vizinhos assim que regressar ao poder, em janeiro.
Uma medida que seria catastrófica para o país, segundo os especialistas.
Os Estados Unidos são o maior parceiro comercial do Canadá e o destino de 75% das exportações do país.
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