Ex-candidato presidencial de Taiwan acusado de corrupção

Ko Wen-je foi acusado de ter aceitado subornos relacionados com um projeto imobiliário durante o mandato como presidente da câmara da capital da ilha, de acordo com a declaração do MP. Foi também acusado de desvio de donativos políticos.

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© CNA/AFP via Getty Images

Lusa
26/12/2024 08:41 ‧ há 14 horas por Lusa

Mundo

Taiwan

O Ministério Público (MP) taiwanês acusou hoje de corrupção o antigo candidato presidencial e fundador do Partido Popular de Taiwan (TPP) Ko Wen-je, alegando que aceitou subornos quando presidiu à câmara de Taipé.

 

Ko foi acusado de ter aceitado subornos relacionados com um projeto imobiliário durante o mandato como presidente da câmara da capital da ilha, de acordo com a declaração do MP.

Foi também acusado de desvio de donativos políticos.

Ko enfrenta uma pena de 28 anos e seis meses de prisão se for condenado por todas as acusações, segundo a agência norte-americana AP.

No centro do processo está um empreendimento do grupo Core Pacific City, em Taipé, com o MP a acusar Ko de ter permitido que a empresa fugisse aos regulamentos de construção da cidade em troca de subornos.

"O arguido, Ko, violou o voto de presidente da câmara de não aceitar subornos e de respeitar as nossas leis nacionais", afirmou o procurador principal, Kao Yi-shu.

"Em vez disso, Ko tencionava ajudar o grupo a obter milhares de milhões de dólares em benefícios ilegais, ao mesmo tempo que recolhia milhões em subornos", acrescentou.

Embora o ex-autarca não tenha podido ser contactado hoje, negou anteriormente as acusações de suborno e corrupção.

O TPP afirmou que as acusações eram um caso de perseguição política.

"Com este tipo de abuso de poder, o Governo está a ser reduzido a um bandido político", disse Lin Fu-nan, membro do comité central do partido.

"Apelamos à mão negra da política para que não atinja o poder judicial," acrescentou.

Ko, um ex-médico, entrou na cena política para vencer a corrida para presidente da câmara de Taipé em 2014, tendo cumprido dois mandatos, até 2022.

Em 2019, fundou o TPP como uma alternativa ao sistema bipartidário, prometendo uma rutura com a política habitual na ilha.

Este ano, candidatou-se a Presidente da República e, apesar de ter ficado em terceiro lugar, chamou a atenção pelo apelo aos jovens eleitores.

A política de Taiwan é maioritariamente dominada por dois partidos políticos principais, o Partido Nacionalista (Kuomingtang, KMT) e o Partido Democrático Progressista.

O partido de Ko, embora pequeno, é aliado do KMT no parlamento de Taiwan.

O TPP ajudou o KMT a aprovar três leis na semana passada, que, segundo os críticos, paralisaram o Tribunal Constitucional e enfraquecerão a capacidade do Presidente de Taiwan, Lai Ching-te, de concretizar o respetivo programa político.

Taiwan é a ilha onde as forças do KMT se refugiaram em 1949, quando o Partido Comunista Chinês, de Mao Zedong, venceu a guerra civil e proclamou a República Popular da China.

Desde então, Taiwan vive de forma autónoma, embora Pequim considere a ilha uma província rebelde da China e ameace invadi-la se Taipé declarar a independência.

Leia Também: Japão transmite preocupação a Pequim por atividades militares da China

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