As imagens, obtidas a partir de câmaras usadas pelos guardas prisionais, mostram o rosto do prisioneiro a sangrar e a receber vários golpes, enquanto parece estar imobilizado numa cama de enfermaria, com pelo menos seis homens à sua volta. Em várias ocasiões, foi agarrado firmemente pelo pescoço.
Quando o detido estava sentado, algemado e visivelmente ferido, um agente calçou uma luva de plástico e voltou a agarrá-lo pelo colarinho, com a ajuda de um dos seus colegas, para o encostar a uma parede.
Não havia som. As câmaras estavam "ligadas" mas "os agentes não as tinham ativado, por isso estavam a funcionar sem som", explicou a procuradora-geral do Estado de Nova Iorque, Letitia James, numa conferência de imprensa. Os vídeos não permitem entender se houve um incidente inicial.
Os Estados Unidos são regularmente abalados por episódios de violência cometidos pelas forças policiais. Em 2020, a morte de um afro-americano, George Floyd, que foi sufocado sob o joelho de um polícia durante um controlo policial, provocou uma enorme onda de protestos antirracistas em todo o país.
Os vídeos divulgados hoje "são chocantes e perturbadores (...) não encaro a sua divulgação de ânimo leve, especialmente durante a época festiva", explicou Letitia James, uma política democrata, justificando a sua divulgação em nome da "transparência". A advogada da família, Elizabeth Mazur, disse que o visionamento das imagens tinha "devastado" as pessoas que eram próximas da vítima.
Os factos ocorreram na noite de 9 de dezembro, numa prisão no norte do estado de Nova Iorque. O prisioneiro, Robert Brooks, de 43 anos, morreu na noite de 9 para 10 de dezembro. Estava a cumprir uma pena de 12 anos de prisão por violência.
De acordo com os resultados de uma primeira autópsia, citados pela imprensa local, a sua morte foi causada por "asfixia por compressão do pescoço".
As autoridades pouco disseram nos dias que se seguiram, mas a governadora democrata do Estado de Nova Iorque, Kathy Hochul, anunciou no sábado passado que tinha ordenado o despedimento de 14 funcionários da prisão envolvidos na violência.
"Temos tolerância zero para aqueles que ultrapassam os limites, violam a lei e se envolvem em violência desnecessária ou abusos seletivos", afirmou.
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