Relação entre China e Europa "não é subjugada por terceiros"

A China declarou hoje atribuir "grande importância" à relação com a Europa, destacando que esta "não é subjugada por terceiros", numa referência velada aos Estados Unidos, face às incertezas suscitadas pelo regresso de Donald Trump à Casa Branca.

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© VCG/VCG via Getty Images

Lusa
04/03/2025 11:25 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

China

"A China e a Europa são forças construtivas para a paz", disse o porta-voz da Assembleia Popular Nacional (APN) da China, Lou Qinjian, em conferência de imprensa, antes de pedir a ambas as partes que "não permitam" que os seus laços "sejam afetados por acontecimentos temporários".

 

Defendendo que a China e a Europa podem ser "parceiros que contribuem para o sucesso um do outro" e que se "complementam em muitas áreas", Lou Qinjian disse que as relações comerciais "não só impulsionam o crescimento económico de ambos, como também proporcionam estabilidade às cadeias de abastecimento industrial a nível mundial".

O porta-voz afirmou que o seu país "está pronto a trabalhar com a Europa" para "enfrentar conjuntamente os desafios globais", "opor-se ao unilateralismo e ao protecionismo" e "impulsionar os laços bilaterais numa boa direção".

Na véspera da abertura da sessão anual da APN, o órgão máximo legislativo da China, Lou afirmou que as relações "estáveis e seguras" entre a China e a Europa "servem os interesses fundamentais e a longo prazo de ambas as partes" e satisfazem "as expectativas da comunidade internacional".

Nas últimas semanas, alguns analistas apontaram a possibilidade de maior aproximação entre a China e a Europa, face aos desentendimentos entre continente e os Estados Unidos, após o regresso de Trump à Casa Branca, embora persistam atritos comerciais significativos entre Bruxelas e Pequim, em torno de questões como os veículos elétricos chineses, sobre os quais a União Europeia (UE) impôs taxas alfandegárias adicionais no ano passado.

Na próxima semana, no encerramento da sessão plenária da APN, deve ser aprovada a primeira lei específica de apoio ao setor privado do país asiático, que visa aumentar a confiança das empresas e incentivar o investimento, com medidas como a proibição de multas excessivas ou a promessa de igualdade de condições face às empresas públicas no acesso ao mercado.

Na segunda-feira, a Câmara de Comércio da União Europeia na China manifestou esperança de que Pequim aplique "plenamente" medidas para otimizar o ambiente empresarial e atrair o investimento estrangeiro durante o evento político.

Leia Também: Taiwan diz que vai aumentar despesas com Defesa face às ameaças da China

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