"A organização terrorista PKK/FDS não pode ser aceite na Síria", segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Ancara, referindo-se às Forças Democráticas Sírias, dominadas pelos curdos e apoiadas pelos Estados Unidos, que controlam vastos territórios no nordeste do país.
Fidan transmitiu ao seu homólogo que é "importante agir em cooperação com a nova administração síria, a fim de garantir a estabilidade da Síria e levar a cabo o período de transição de forma ordenada", informou o seu porta-voz.
Quase três semanas após a queda do regime de Bashar al-Assda, as novas autoridades sírias de Damasco anunciaram na passada terça-feira um acordo com todos os grupos armados com vista à sua dissolução, especificando que seriam integrados no Ministério da Defesa.
Este acordo, no entanto, não diz respeito às Forças Democráticas Sírias, que têm estado envolvidas em confrontos com combatentes pró-turcos no norte da Síria.
A Turquia, muito próxima das novas autoridades instaladas em Damasco, considera as FDS como uma extensão do seu inimigo de longa data, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
As FDS lideraram a luta contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), derrotado em 2019 na Síria.
Os curdos aproveitaram o enfraquecimento do poder central de Bashar al-Assad com a guerra na Síria, iniciada em 2011, para proclamar uma "região autónoma" no norte, atraindo a hostilidade da vizinha Turquia.
O novo poder em Damasco é porém controlado pelo grupo Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que tem na sua génese ligações à al-Qaida e EI, e que liderou a rebelião armada que colocou fim, em 08 de dezembro, ao regime autoritário de Bashar al-Assad.
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