Síria: Turquia insiste junto dos EUA que não há lugar para combatentes curdos

O chefe da diplomacia turca, Hakan Fidan, insistiu hoje, durante uma conversa telefónica com o seu homólogo norte-americano, Antony Blinken, que os combatentes curdos não podem ser tolerados na Síria.

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Lusa
28/12/2024 17:14 ‧ há 14 horas por Lusa

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Síria

"A organização terrorista PKK/FDS não pode ser aceite na Síria", segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Ancara, referindo-se às Forças Democráticas Sírias, dominadas pelos curdos e apoiadas pelos Estados Unidos, que controlam vastos territórios no nordeste do país.

 

Fidan transmitiu ao seu homólogo que é "importante agir em cooperação com a nova administração síria, a fim de garantir a estabilidade da Síria e levar a cabo o período de transição de forma ordenada", informou o seu porta-voz.

Quase três semanas após a queda do regime de Bashar al-Assda, as novas autoridades sírias de Damasco anunciaram na passada terça-feira um acordo com todos os grupos armados com vista à sua dissolução, especificando que seriam integrados no Ministério da Defesa.

Este acordo, no entanto, não diz respeito às Forças Democráticas Sírias, que têm estado envolvidas em confrontos com combatentes pró-turcos no norte da Síria.

A Turquia, muito próxima das novas autoridades instaladas em Damasco, considera as FDS como uma extensão do seu inimigo de longa data, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

As FDS lideraram a luta contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), derrotado em 2019 na Síria.

Os curdos aproveitaram o enfraquecimento do poder central de Bashar al-Assad com a guerra na Síria, iniciada em 2011, para proclamar uma "região autónoma" no norte, atraindo a hostilidade da vizinha Turquia.

O novo poder em Damasco é porém controlado pelo grupo Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que tem na sua génese ligações à al-Qaida e EI, e que liderou a rebelião armada que colocou fim, em 08 de dezembro, ao regime autoritário de Bashar al-Assad.

Leia Também: Enviado especial da ONU à Síria pede eleições "justas e livres"

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