Quando estiver operacional no próximo ano, o túnel de 22,13 quilómetros de comprimento reduzirá o tempo necessário para atravessar a secção central das Montanhas Tianshan de várias horas para cerca de 20 minutos, informou a agência de notícias oficial Xinhua.
O projeto faz parte de um plano para melhorar a autoestrada que liga Urumqi, capital de Xinjiang, ao condado de Yuli, no sul da região. Os dois pontos estão separados pelas montanhas Tianshan, que se estendem ao longo de 2.500 quilómetros e formam uma vasta barreira natural.
As montanhas Tianshan são conhecidas como um "museu geológico", pois contêm várias falhas geológicas, 16 das quais são atravessadas pelo túnel, acrescentou a agência.
O seu poço de ventilação número 2 atinge uma profundidade de 706 metros, uma medida superior à do edifício mais alto da China, a Torre de Xangai.
A televisão estatal CCTV referiu que mais de 3.000 trabalhadores participaram na construção do túnel, "ultrapassando desafios e riscos geológicos extremos" para "estabelecer um novo recorde como o túnel rodoviário mais longo do mundo, tornando-se um novo marco na engenharia global de túneis".
O túnel demonstra "o empenho da China em melhorar o bem-estar das pessoas através do desenvolvimento dos transportes", sublinharam as autoridades locais.
De acordo com a Xinhua, o túnel deve também servir como um importante corredor turístico e aumentar a competitividade dos produtos locais no mercado.
Nos últimos anos, a China investiu fortemente na construção de auto-estradas, caminhos-de-ferro, aeroportos e centros logísticos em Xinjiang, respondendo com desenvolvimento de infraestruturas às acusações ocidentais sobre trabalho forçado e violações dos Direitos Humanos na região.
Em 2021, os Estados Unidos e vários países aliados denunciaram à ONU os abusos do Governo chinês contra os uigures e outras minorias étnicas em Xinjiang, aumentando a pressão sobre Pequim, que negou sistematicamente todas as acusações.
Em 2022, o Gabinete dos Direitos Humanos da ONU, presidido na altura pela chilena Michelle Bachelet, publicou um relatório sobre os Direitos Humanos na China, centrado em relatos documentados de violações graves e sistemáticas contra os uigures, que foi repudiado por Pequim.
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