Investigadores iniciam detenção de Yoon Suk-yeol mas são bloqueados

O Gabinete de Investigação da Corrupção da Coreia do Sul anunciou hoje que "começou a executar um mandado de detenção" contra o Presidente deposto, Yoon Suk-yeol, mas os seus agentes foram bloqueados dentro da residência presidencial.

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Lusa
03/01/2025 03:04 ‧ há 2 dias por Lusa

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Coreia do Sul

 "A execução do mandado de detenção contra o Presidente Yoon Suk-yeol já começou", anunciou o Gabinete de Investigação da Corrupção de Altos Funcionários (CIO, na sigla em inglês), que está a centralizar a investigação contra o ainda chefe de Estado.

 

A agência de notícias sul-coreana Yonhap informou, porém, que os agentes do CIO foram "bloqueados por uma unidade militar no interior" da residência presidencial.

A agência de notícias France-Presse começou por testemunhar a transposição de uma barreira de segurança erguida em frente à residência presidencial por um dos procuradores do CIO, acompanhado por várias outras pessoas, cerca das 08:00 locais (23:00 de quinta-feira em Lisboa).

A eventual detenção de Yoon Suk-yeol, que continua oficialmente a ser chefe de Estado e apenas está suspenso até à confirmação da sua destituição pelo Tribunal Constitucional, esperada para até meados de junho, não tem precedentes na história da Coreia do Sul.

"A execução do mandado de captura é ilegal e inválida", segundo o advogado do dirigente, Yoon Kap-keun, que anunciou a interposição de mais um recurso judicial para a bloquear, depois de outras ações entretanto apresentadas para contestar a validade do próprio mandado de detenção.

O CIO, que está a centralizar as investigações sobre o golpe de Estado de 03 de dezembro, tem até 06 de janeiro para executar o mandado de detenção emitido por um tribunal de Seul a seu pedido.

Centenas de apoiantes de Yoon, incluindo conhecidos youtubers de extrema-direita e padres cristãos evangélicos, acamparam perto da residência presidencial durante toda a noite passada.

De acordo com a Yonhap, cerca de 2.700 polícias foram destacados para a zona, na sequência de confrontos entre apoiantes e detratores do presidente deposto na noite anterior.

Não se sabe ao certo qual a unidade do exército que se está hoje a opor fisicamente à detenção de Yoon. Nas últimas semanas, membros do seu serviço de segurança já tinham bloqueado tentativas de busca na residência presidencial.

O diretor do CIO, Oh Dong-woon, sublinhou que qualquer pessoa que tente impedir a detenção de Yoon poderá ser processada.

Yoon surpreendeu o país na noite de 03 de dezembro ao declarar a lei marcial e enviar o exército para o parlamento. Yoon foi forçado a recuar algumas horas mais tarde, sob pressão dos deputados e de milhares de manifestantes.

Desde a tentativa de impor a lei marcial na Coreia do Sul, Yoon não demonstrou qualquer arrependimento e a recusa sistemática em submeter-se às perguntas dos investigadores levantou receios de que uma tentativa de detenção possa terminar em violência, agravando a já difícil situação do caso.

O antigo procurador, de 64 anos, não respondeu por três vezes às convocatórias para ser interrogado sobre a tentativa de golpe de Estado, o que levou a justiça sul-coreana a emitir um mandado de detenção.

Leia Também: Pyongyang diz que Seul está paralisada e caótica após lei marcial

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