O maior local com pegadas de dinossauro do Reino Unido foi descoberto numa pedreira em Oxfordshire. Cerca de 200 pegadas enormes, feitas há 166 milhões de anos, estão marcadas num chão de calcário.
Revelam as idas e vindas de dois tipos diferentes de dinossauros, que se creem tratar-se de um saurópode de pescoço longo chamado Cetiosauros e do pequeno carnívoro, o Megalosauros.
As trilhas maiores têm cerca de 150 metros de comprimento, mas podem ser maiores, já que apenas uma parte da pedreira foi escavada, refere a BBC.
"Este é um dos locais de pegadas mais impressionantes que já vi, em termos de escala e em termos do tamanho das pegadas", disse a professora Kirsty Edgar, micropaleontóloga da Universidade de Birmingham. "Dá para voltar no tempo e ter uma ideia de como seria, essas criaturas enormes a vaguear por aí, no seu dia a dia", acrescentou.
As pegadas foram inicialmente avistadas por Gary Johnson, um trabalhador da pedreira, enquanto conduzia uma retroescavadora. "Estava a limpar o barro e embati num monte, pensei que fosse uma alteração no solo", disse, enquanto apontava para um monte de lama empurrada para cima por uma pegada de dinossauro, mas depois apercebeu-se de que havia várias iguais.
Outro local do género foi descoberto relativamente perto nos anos 90, então o homem apercebeu-se de que poderia estar perante pegadas de dinossauro. "Foi surreal, acho que fui o primeiro a vê-las", descreveu ao mesmo meio.
Neste verão, mais de 100 cientistas, estudantes e voluntários participaram numa escavação na pedreira e encontraram cinco conjuntos de pegadas diferentes.
Quatro foram feitas por saurópodes, dinossauros herbívoros que andavam sobre quatro patas. As suas pegadas assemelham-se às de um elefante, mas muito maiores (até 18 metros de comprimento).
Acredita-se que a outra trilha tenha sido criada por um Megalossauro. "É quase como uma caricatura de uma pegada de dinossauro", explicou a Emma Nicholls, paleontóloga do Museu de História Natural da Universidade de Oxford.
"É aquilo a que chamamos de impressão tridáctila. Tem três dedos que são muito, muito claros na impressão".
O ambiente em que viviam era coberto por uma lagoa rasa e quente, e os dinossauros deixaram as pegadas enquanto caminhavam pela lama. "Não sabemos exatamente o que pode ter acontecido, mas pode ter ocorrido uma tempestade que depositou uma grande quantidade de sedimentos sobre as pegadas, o que fez com que fossem preservadas em vez de simplesmente levadas pela água", referiu o professor Richard Butler, paleobiólogo da Universidade de Birmingham.
O destino dos conjuntos de pegadas ainda não foi decidido, mas os cientistas estão a trabalhar com a Smiths Bletchington, que opera a pedreira, e a Natural England, para chegar a opções para preservar o local para o futuro.
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