"Dois arguidos (...) foram julgados durante uma sessão em novembro e condenados a prisão perpétua", escreveu o centro judicial especializado na repressão de atos terroristas num comunicado consultado hoje pela agência France-Presse (AFP).
Estas duas pessoas tinham sido detidas durante uma operação antiterrorista em maio de 2018 no bairro de Rayongo, na capital Ouagadougou, na sequência de investigações relacionadas com o ataque ao café Aziz Istanbul, segundo o comunicado.
Na noite de 13 para 14 de agosto de 2017, dois assaltantes abriram fogo contra este estabelecimento situado na principal avenida da capital.
As duas pessoas que cometeram o crime foram mortas a tiro, juntamente com um cúmplice, em maio de 2018, durante a operação das forças especiais do Burkina Faso.
Dezanove pessoas, das quais dez burquinabés e nove estrangeiros, foram mortas no ataque ao café, segundo o balanço oficial.
Entre as vítimas estrangeiras contam-se dois kuwaitianos, um canadiano, um argelino-canadiano, um francês, um senegalês, um nigeriano, um turco e um libanês.
Este atentado, que não foi reivindicado por nenhuma organização terrorista, ocorreu mais de um ano depois de outro que teve como alvo o café Cappuccino, situado a 200 metros do Aziz Istanbul, e vários outros estabelecimentos, incluindo o hotel Splendid, matando 30 pessoas e ferindo outras 71, na sua maioria estrangeiros.
Ouagadougou foi alvo pela terceira vez, em março de 2018, de um duplo atentado que visou simultaneamente o quartel-general das forças armadas do Burkina Faso e a Embaixada de França. Oito soldados do Burkina Faso foram mortos nesse ataque.
De acordo com o procurador Lafama Prosper Thiombiano, oito pessoas envolvidas no ataque serão julgadas numa próxima sessão, cuja data não foi anunciada.
Desde 2015, o Burkina Faso tem enfrentado numerosos ataques de grupos terroristas armados na maior parte do seu território.
O Burkina Faso, situado no Sahel, uma das regiões mais instáveis do mundo, é governado desde setembro de 2022 por uma junta militar liderada pelo capitão Ibrahim Traoré.
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