Diplomacias da França e Alemanha reúnem-se hoje com liderança síria

O chefe da diplomacia francesa, Jean-Noël Barrot, afirmou hoje esperar ver uma "uma Síria soberana, estável e em paz" à chegada a Damasco, que visita hoje juntamente com a sua homóloga alemã.

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© AREF TAMMAWI/AFP via Getty Images

Lusa
03/01/2025 10:22 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Síria

Jean-Noël Barrot sublinhou que esta visita conjunta com Annalena Baerbock acontece "sob o mandato da União Europeia (UE)".

 

Os dois ministros deverão reunir-se com Ahmad al-Charaa, líder de uma coligação liderada pelo seu grupo, Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham - HTS, em árabe), que depôs o Presidente Bashar al-Assad do poder em 08 de dezembro.

"Há pouco menos de um mês, surgiu uma nova esperança graças à mobilização dos sírios", declarou Jean-Noël Barrot, na embaixada francesa em Damasco.

"Há a esperança de uma Síria soberana, estável e pacífica", acrescentou Barrot, sublinhando que "é uma esperança real, mas é frágil".

"A França está hoje mais do que nunca ao lado dos sírios para tornar esta esperança uma realidade", assegurou o ministro.

A embaixada francesa foi encerrada em 2012 devido à "repressão sangrenta do regime criminoso de Bashar al-Assad", segundo o ministro francês.

"Nas próximas semanas, em função da evolução das condições de segurança, prepararemos gradualmente as condições para restabelecer a presença francesa aqui em Damasco", anunciou Barrot.

A bandeira francesa está hasteada na embaixada desde 17 de dezembro, quando emissários franceses visitaram as novas autoridades em Damasco.

"A minha viagem de hoje, com o meu homólogo francês e em nome da UE, é um sinal claro para os sírios: um novo começo político entre a Europa e a Síria, entre a Alemanha e a Síria é possível", disse Annalena Baerbock.

"É com esta mão estendida, mas também com expectativas claras dos novos líderes, que vamos hoje a Damasco", acrescentou a ministra alemã.

No início de dezembro, uma operação relâmpago de uma coligação de grupos armados rebeldes assumiu o controlo do país e levou à fuga do Presidente sírio Bashar al-Assad para a Rússia, colocando fim a um regime de mais de cinco décadas e que remontava ao período do seu pai, Hafez, desde 1971.

O novo Governo sírio estabelecido prevê manter-se em funções até 01 de março de 2025, embora até ao momento não tenha anunciado qualquer calendário eleitoral ou ações detalhadas relativas à organização política assim que terminar este mandato de transição.

A Síria é um país devastado por uma sangrenta guerra civil desde 2011 e onde cerca de 90% da população vivem abaixo da linha de pobreza.

Leia Também: Mais de 800 civis morreram em quase um ano na Síria

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