Depois da eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, o empresário norte-americano Elon Musk, seu apoiante, tem virado as atenções para a Europa, manifestando publicamente apoio à extrema-direita e criticando os atuais governos do Reino Unido e da Alemanha, liderados por Keir Starmer e Olaf Scholz, respetivamente.
Logo nas primeiras horas de 2025, Elon Musk publicou no X (ex-Twitter) várias mensagens e alegações contra o primeiro-ministro britânico, Starmer, chegando mesmo a trazer à tona um escândalo sobre gangues e fazendo pressão para que o agitador de extrema-direita, Tommy Robinson, que tem milhares de seguidores nas redes sociais, fosse libertado.
Free Tommy Robinson!@TRobinsonNewEra
— Elon Musk (@elonmusk) January 2, 2025
Já esta semana, o bilionário resolveu dedicar dezenas de tweets a casos de abuso sexual de crianças no país e pediu que Starmer e o ministro da Proteção de Menores fossem afastados do governo para que o rei Carlos III dissolvesse unilateralmente o Parlamento. Um cenário que não acontece no Reino Unido há quase dois séculos e que provocaria uma crise constitucional.
— Elon Musk (@elonmusk) January 5, 2025
Do lado alemão, chanceler, Olaf Scholz, classificou, numa entrevista publicada no sábado, de "erráticas" as declarações do empresário norte-americano a propósito das eleições legislativas da Alemanha e o seu apoio ao partido de extrema-direita AfD.
Em causa estão declarações de Elon Musk que, em diferentes momentos, apelidou Olaf Scholz de "louco" e de "imbecil e incompetente", tendo atacado também o presidente alemão, Frank- Walter Steinmeier, chamando-o de "tirano".
Este posicionamento de Elon Musk surge numa altura em que falta pouco mais de um mês para as eleições legislativas alemãs antecipadas, marcadas para o final de fevereiro.
Mas Musk não se fica por aqui. Tem também feito repetidas críticas a instituições e decisões políticas da União Europeia, levando já o Presidente italiano, Sergio Mattarella, a avisá-lo para que não se intrometa nos assuntos do país.
O embaraço na Europa é proporcional à crescente influência que o multibilionário parece ter no futuro mandato do Presidente eleito norte-americano, Donald Trump, na qual assumirá a chefia do Departamento de Eficiência Governamental.
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