Investigação do ataque do Hamas opõe exército e ministro israelitas

O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, ordenou hoje ao chefe do exército, Herzi Halevi, que "coopere plenamente" na investigação interna sobre as falhas de segurança ocorridas durante os ataques do Hamas no dia 07 de outubro de 2023.

Notícia

© Reuters

Lusa
08/01/2025 16:39 ‧ há 14 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Não é possível que surja uma situação em que o exército receie o escrutínio público necessário e a transparência, tendo em conta a gravidade dos acontecimentos que tiveram lugar a 07 de outubro, quando o chefe do Estado-Maior estava no comando das tropas", afirmou o ministro num comunicado.

 

A ordem de Katz surge depois de o auditor estatal, Matanyahu Englaman, ter acusado o exército de intimidar oficiais superiores que testemunharam no âmbito da investigação ao ataque do movimento islamita palestiniano Hamas ao sul de Israel em outubro de 2023, que matou 1.200 pessoas e fez cerca de 250 reféns. .

Katz disse que pediu a Halevi que concedesse a Englman "acesso a qualquer material que possa precisar" para levar a cabo a investigação, e lembrou ao chefe do exército que as conclusões da investigação interna do exército sobre o ataque devem ser apresentadas até o final deste mês.

Afirmou ainda que, devido ao atraso e à falta de substância de algumas das conclusões apresentadas até à data, não aprovará a nomeação de mais generais até que a investigação interna esteja concluída.

O exército indicou que entregará as conclusões da sua investigação interna ao auditor do Estado assim que estiver concluída, mas sublinhou que "os comandantes que gerem os combates [em Gaza] são também os que conduzem os inquéritos".

"Estamos a dar prioridade à qualidade das investigações em detrimento da sua conclusão mais rápida, mas continuaremos a fazer o nosso melhor para as concluir de forma profissional e o mais rapidamente possível", declarou um porta-voz do exército aos meios de comunicação social.

O exército criticou também Katz por tentar "resolver os problemas" através dos meios de comunicação social em vez de dialogar diretamente com o chefe do Estado-Maior.

As FDI recordaram igualmente ao ministro da Defesa que a sua investigação interna e a sua colaboração com a auditoria do Estado, em simultâneo com uma guerra, podem comprometer o êxito das operações militares em todas as frentes abertas.

Este verão, a estação de televisão israelita Kan revelou que o exército tinha conhecimento, "com um elevado grau de precisão", acerca dos planos de ataque do Hamas três semanas antes de estes se terem concretizado.

Mais de um ano depois, este fracasso da segurança israelita teve pouco impacto nas autoridades, tendo-se registado apenas duas demissões de altos responsáveis das forças armadas.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ainda não assumiu qualquer responsabilidade política, apesar de vários grupos de cidadãos e da oposição terem exigido eleições antecipadas, devido a estes fracassos e à forma como o político tem gerido a guerra.

No início deste mês, cerca de 1.000 pessoas afetadas pelo massacre islamita pediram a criação de uma comissão estatal para investigar os erros que permitiram aos milicianos palestinianos levar a cabo a sua ofensiva contra Israel.

Netanyahu recusou-se a considerar a abertura de um inquérito público enquanto a guerra na Faixa de Gaza continuar, despoletada por uma ofensiva militar israelita no enclave em resposta ao ataque do Hamas, durante a qual já morreram cerca de 46.000 pessoas, 70% das quais mulheres e crianças.

Leia Também: Israel acusa Hezbollah de desrespeitar acordo de cessar-fogo

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas