"Esperamos que o futuro governo que será estabelecido contribua para a estabilidade do Líbano, bem como para a paz e prosperidade da região", escreveu o ministério numa breve declaração publicada no seu 'site'.
Também vários países ocidentais e árabes, incluindo Arábia Saudita, Jordânia e Iraque, felicitaram hoje Joseph Aoun, até agora chefe do Exército, pela sua eleição, após mais de dois anos de vazio na presidência devido a um bloqueio político no parlamento.
O general Joseph Aoun foi eleito na segunda volta com 99 votos dos 128 deputados. Na primeira ronda, o general conseguira apenas 71 votos e os restantes foram em branco ou anulados, uma mensagem de força do movimento xiita Hezbollah e seus aliados.
O Presidente argelino, Abdelmajid Tebboune, também felicitou o novo homólogo libanês e manifestou o seu otimismo sobre o futuro do país, informou a Presidência argelina.
"Em nome da Argélia, apresento os meus sinceros parabéns e os meus votos de sucesso. Com este passo, presumimos a recuperação do Líbano, o alívio do sofrimento do povo e a conquista do que merecem em termos de paz, estabilidade e prosperidade", escreveu Tebboune a Aoun.
Para Tebboune, a eleição de Aoun pelos deputados "é gratificante", sobretudo nestes "tempos difíceis que o Líbano e os países vizinhos atravessam", referindo-se aos bombardeamentos contra o Hezbollah por parte de Israel e à guerra na Faixa de Gaza.
O militar é chefe das forças armadas libanesas desde 2017. Durante o cargo, liderou a luta contra o Estado Islâmico na fronteira com a Síria, impedindo a entrada do grupo terrorista, o que lhe valeu uma reputação respeitada por todo o país.
É também conhecido por fazer frente ao 'status quo' político, por exemplo, na luta pelo aumento salarial e qualidade de vida para os soldados que foram afetados fortemente pela grave crise económica que o país enfrenta nos últimos anos.
Foi elogiado pela gestão das tropas no sul do Líbano, atacado violentamente por Israel em 2024, e por ter ajudado a facilitar o acordo de cessar-fogo no conflito entre Hezbollah e forças israelitas em novembro passado.
O general é visto como uma alternativa apartidária o que permitiu o desbloqueio do impasse de dois anos em que os dois lados da bancada cristã se recusaram a fazer cedências quanto aos seus candidatos (no sistema sectário libanês o presidente é sempre cristão).
Com a posição enfraquecida do Hezbollah devido à guerra com Israel, os partidos cristãos aliados ao grupo xiita viram-se forçados a fazer cedências, o que foi vital para a eleição de Aoun.
O militar tem o apoio de potências ocidentais, como os Estados Unidos e França e ainda de países árabes como a Arábia Saudita, mas enfrenta um dos períodos mais difíceis da história do Líbano.
No sul terá a difícil tarefa de lidar com a invasão em curso por parte de Israel na sua guerra contra o Hezbollah.
Ao mesmo tempo, terá que liderar o exército libanês - cansado, mal pago e mal armado - para desarmar e retirar o Hezbollah da mesma região, condições para a retirada dos israelitas.
Na economia, Aoun enfrenta oito mil milhões de euros de danos derivados da guerra, segundo o Banco Mundial.
Antes do início do conflito, o Líbano já passava uma das piores crises de sempre, com a queda dramática da moeda nacional, e a prisão do antigo governador do Banco Central Libanês acusado de esvaziar e desviar milhões de dólares.
Em novembro o número de pessoas a viver em situação de pobreza ultrapassou os 70%.
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