"Sinceramente, não procurámos prestar atenção aos países que usam o poder dos Estados Unidos e escondem-se por trás deste país para promover os seus próprios interesses. O nosso interlocutor nesta questão são os Estados Unidos. Falamos com os Estados Unidos. Não com os países "que se escondem atrás", disse Fidan, em resposta a uma pergunta sobre um possível envio de tropas francesas para o norte da Síria.
No início de dezembro, uma coligação de grupos rebeldes liderados pela Organização de Libertação do Levante (HTS) derrubou o Presidente sírio Bashar al-Assad e tomou o poder no país.
"A Turquia não tem planos para o território de nenhum país e não tem nenhuma agenda escondida", disse Fidan, referindo-se à política externa turca para a Síria.
"A Turquia tem o poder, a capacidade e, acima de tudo, a determinação para eliminar na fonte todas as ameaças à sua sobrevivência", afirmou, referindo-se aos combatentes curdos na Síria.
Na quinta-feira, pelo menos 37 pessoas, incluindo cinco civis, foram mortas em novos confrontos entre forças curdas e milícias pró-turcas no norte da Síria.
As Forças Democráticas da Síria (FDS), parceiras do Ocidente numa coligação internacional 'antijihadista' -- que foi a principal força na luta contra o grupo Estado Islâmico (EI) -, controla áreas no nordeste da Síria.
As autoridades turcas acusam as Unidades de Proteção Popular (YPG), a principal componente das FDS, de terem ligações com os separatistas curdos armados da Turquia e ameaçaram na terça-feira lançar uma operação militar para combater estas forças.
Fidan declarou também que a França não tem em conta a segurança da Turquia diante do quadro complexo na Síria.
Segundo o chefe da diplomacia turca, a França deve também repatriar os 'jihadistas' franceses presos na Síria.
"Têm uma política de não levar prisioneiros" do grupo 'jihadista' Estado Islâmico para o seu próprio país", declarou, em resposta a uma pergunta sobre a política de França em relação aos 'jihadistas' detidos na Síria.
"Se a França tem alguma coisa a fazer, é pegar nos seus próprios cidadãos, levá-los para as suas próprias prisões e julgá-los" naquele país, afirmou.
Leia Também: UE admite aliviar sanções contra Síria se houver progressos democráticos
