No total, foram mortas 5.612 pessoas, membros destas 1.600 famílias, de acordo com os dados compilados pelo governo do Hamas em Gaza, hoje divulgados pela agência de notícias EFE.
Além disso, 3.471 famílias ficaram apenas com um membro vivo, e o número total de mortos, se estes forem incluídos, é superior a nove mil.
Em quinze meses de guerra, o número de mortos na Faixa de Gaza ultrapassa os 46.000, com 110.000 feridos e mais de 11.000 desaparecidos sob os escombros, segundo os registos hospitalares do enclave.
No entanto, um estudo publicado na sexta-feira pela revista científica britânica The Lancet estima que o número oficial de mortos pode ser 41% superior aos números divulgados pelas autoridades de Gaza, que pediram ajuda internacional para contar os mortos, uma vez que muitos ainda estão sob os escombros, especialmente no norte.
Desde o final de outubro, a Defesa Civil não pode operar no norte do enclave, devido às dificuldades de acesso e aos constantes ataques israelitas ao seu equipamento, enquanto as tropas levam a cabo uma dura ofensiva na zona há mais de três meses, que causou mais de 4,800 mortos e desaparecidos, embora os números sejam inconsistentes devido à falta de acesso.
A Defesa Civil denunciou hoje que os veículos de bombeiros e de socorro tiveram de parar de funcionar na cidade de Gaza, na província central e em Khan Yunis, ou seja, praticamente em todo o enclave, devido à falta de peças sobressalentes para reparar os veículos.
"A ocupação israelita, durante a sua agressão em curso, destruiu a maior parte do equipamento, dos dispositivos e das peças de reparação disponíveis no mercado local que satisfaziam as necessidades mínimas de manutenção dos nossos veículos", declarou fonte da Defesa Civil, que também se queixa da falta de combustível.
A falta de combustível ameaça também cortar as comunicações na Faixa de Gaza, tendo o Ministério das Comunicações alertado na sexta-feira à noite para a cessação gradual dos serviços numa "questão de horas".
Os poucos hospitais que ainda funcionam no enclave - basicamente o Al Aqsa Martyrs em Deir al-Balah e os hospitais Naser e European em Khan Younis - também estiveram perto de ficar fora de serviço devido à falta de combustível, mas as agências da ONU conseguiram arranjar vários camiões nas últimas horas.
"Fomos informados pela OCHA (Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários, da ONU) que conseguiram trazer quantidades de combustível e estão a trabalhar na continuidade do abastecimento para garantir que não haja crise a curto prazo", disse hoje o Ministério da Saúde.
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