União Europeia pede um progresso tangível na Síria para aliviar as sanções

A chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Kaja Kallas, afirmou hoje que para as sanções de Bruxelas serem aliviadas a Síria deverá seguir um progresso "tangível", com uma transição política que reflita a diversidade do país.

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© JOHN THYS/AFP via Getty Images

Lusa
12/01/2025 13:14 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Kaja Kallas

"Analisaremos como aliviar as sanções. Mas isso deve seguir um progresso tangível numa transição política que reflita a Síria em toda a sua diversidade", afirmou a alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros, numa publicação nas suas redes sociais.

 

Kaja Kallas encontra-se na capital da Arábia Saudita, Riade, onde decorre hoje uma reunião internacional sobre a transição de poder na Síria, com altos representantes da diplomacia ocidental e do Médio Oriente.

"A União Europeia está aqui para ajudar nessa transição, onde somos necessários e onde podemos ser mais úteis", disse.

O encontro em Riade surge pouco mais de um mês após a queda de Bashar al-Assad, cujo regime foi alvo de várias sanções, face à repressão exercida sobre as revoltas populares em 2011, que se transformaram numa guerra civil que durou 14 anos e que terá provocado a morte de cerca de meio milhão de pessoas.

Para Bruxelas, na Síria, tanto há "esperanças como desafios".

No sábado, a União Europeia anunciou que Kallas iria viajar para Riade hoje, com o objetivo de ajudar o Governo sírio a fazer frente aos desafios que tem pela frente.

Na capital da Arábia Saudita, estarão presentes representantes de países como o Reino Unido, Alemanha, França, Estados Unidos, assim como de vários vizinhos da Síria, como o Egito, Líbano, Jordânia, Iraque e Turquia, entre outros.

O novo Governo sírio, de inspiração islamita, tem procurado mostrar ao país e ao mundo que não constitui uma ameaça à segurança e à estabilidade do Médio Oriente e que traz um ímpeto reformista que a população há muito reivindicava, num país com uma grande diversidade étnica e religiosa, onde vivem árabes sunitas e xiitas, curdos, cristãos e drusos.

A Síria é hoje governada por uma coligação de rebeldes, liderada pela Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS), de Ahmad al-Charaa.

Al-Charaa tem insistido que o seu percurso radical pertence ao passado, mas muitas das bases da coligação de rebeldes que depôs Assad vieram de movimentos ligados à al-Qaida e ao Estado Islâmico.

Na semana passada, os Estados Unidos aliviaram algumas das restrições em vigor na Síria, nomeadamente a emissão de uma licença, com a duração de seis meses, que autoriza certas transações com o Governo sírio.

Washington deixou também cair a recompensa de dez milhões de dólares (9,75 milhões de euros) pela captura do agora líder de facto da Síria, Ahmad al-Charaa, pelo seu papel na frente do grupo al-Nusra (com ligações à al-Qaida).

Leia Também: Berlim quer apoiar Síria sem deixar cair sanções contra suspeitos de crimes de guerra

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