O Ministério dos Negócios Estrangeiros afegão afirmou, em comunicado, que aplaude o cessar-fogo entre o Hamas e a "entidade ocupante" (Israel), ao mesmo tempo que manifestou apreço face aos mediadores.
Os talibãs referiram-se especialmente ao Qatar e ao Egito, deixando de lado os Estados Unidos que também fez parte da equipa negociadora.
"O Emirado Islâmico do Afeganistão felicita a liderança do Hamas e os corajosos jovens palestinianos por esta grande conquista", diz o comunicado.
O documento refere ainda ser imperativo que todas as fases do acordo sejam implementadas de forma a garantir o cessar-fogo e a entrega urgente de ajuda humanitária à Faixa de Gaza.
As partes envolvidas e a comunidade internacional devem garantir que a entidade ocupante cumpra as suas obrigações e promessas de forma responsável, acrescentam os talibãs, defendendo para o futuro a solução "dois Estados".
"O Emirado Islâmico do Afeganistão, em nome do povo afegão, continuará a apoiar plenamente o povo palestiniano na realização do sonho de criar um Estado palestiniano independente", destaca.
O acordo, alcançado após meses de conversações mediadas pelo Qatar, o Egito e Estados Unidos, está dividido em três fases.
A primeira fase vai prolongar-se por 42 dias e vai certificar a cessação das hostilidades, a retirada das tropas israelitas para a fronteira e a troca de 33 reféns israelitas por prisioneiros palestinianos.
Apesar do acordo, Israel anunciou hoje o adiamento da aprovação do acordo até que se verifiquem esclarecimentos do Hamas.
O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, diz que o Conselho de Ministros só se vai reunir para aprovar o acordo de cessar-fogo quando o Hamas esclarecer uma "crise de última hora", acusando o Hamas de tentar alterar pormenores do projeto de cessar-fogo anunciado na quarta-feira pelo Qatar.
Segundo fontes governamentais israelitas citadas pela agência norte-americana Associated Press, o Executivo israelita não vai aprovar a aplicação do acordo até que as divergências sejam esclarecidas.
"O Hamas está a renegar partes do acordo alcançado com os mediadores e Israel, numa tentativa de extorquir concessões de última hora", afirmou hoje o gabinete do líder israelita.
As fontes acrescentaram que o Conselho de Ministros não se vai reunir até que os mediadores notifiquem Israel de que o Hamas, que governa Gaza, aceitou todos os elementos do acordo.
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