"Quando entrámos em Damasco em 08 de dezembro, vimos que Israel havia atacado bases militares e várias províncias", disse Asaad Hassan al-Shaibani, numa entrevista ao canal de televisão turco TRT, durante uma visita oficial à Turquia.
Estas regiões, enfatizou "pertencem ao povo sírio, não ao regime [de Israel]".
"Devemos defender a pátria, devemos proteger o povo sírio", afirmou Al-Shaibani, acrescentando que todos os países "devem respeitar a soberania da Síria".
"Não queremos ser atacados por nenhum país, incluindo Israel", reiterou.
O ministro sírio declarou que "se alguém quer garantir a sua própria segurança, deve respeitar a dos outros, porque isso também é importante", aproveitando ainda para acusar Israel de violar o acordo assinado em 1974 sobre a separação das suas fronteiras.
"Devemos fazer tudo o que for necessário para garantir que a comunidade internacional e os países amigos obriguem Israel a retirar-se dos territórios ocupados", disse o chefe da diplomacia síria, afirmando que as autoridades do seu país "estão preparadas para qualquer nova ameaça".
Israel lançou centenas de ataques aéreos contra a Síria e enviou tropas para território sírio após a queda do regime do Presidente sírio Bashar al-Assad, no início de dezembro, estando inclusivamente a controlar o lado sírio do Monte Hermon, que é uma área com importância estratégica na fronteira dos dois países.
As autoridades israelitas disseram que estas operações visam destruir as capacidades militares sírias para evitar que caiam nas mãos de grupos que as possam usar para atacar Israel. Apelos internacionais estão a ser realizados para que as tropas israelitas se retirem do território sírio e respeitem a integridade territorial do país.
Após quase 14 anos de guerra na Síria, grupos armados liderados pela Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS) - anteriormente afiliada ao grupo terrorista Al-Qaida - tomaram Damasco em 08 de dezembro e depuseram o Presidente Bashar al-Assad, que fugiu para a Rússia.
O novo líder de facto na Síria é Ahmed al-Charaa, que comanda o grupo HTS.
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