Mais de um mês após a queda do regime de Bashar al-Assad, o chefe do Governo do Qatar reiterou em Damasco o compromisso em ajudar o povo sírio em todas as áreas possíveis, incluindo a sua intenção de apoiar o setor energético, fornecendo 200 megawatts de eletricidade abrangendo dez áreas na Síria, mas não especificou quando este serviço irá começar e durante quanto tempo.
Mohamed bin Abderrahman prometeu ainda "o apoio técnico necessário para reativar as infraestruturas sírias" depois de Doha e Damasco terem restabelecido as relações diplomáticas, ao fim de 13 anos de rutura marcados pela dura repressão da população pelo Presidente Assad, deposto por uma coligação de grupos armados rebeldes em 08 de dezembro.
"A situação humanitária na Síria exige esforços redobrados, sendo importante levantar as sanções impostas à Síria o mais rapidamente possível, pois têm repercussões negativas na chegada de ajuda humanitária dos países", acrescentou, referindo-se às restrições internacionais contra o anterior regime e ainda em vigor.
A intenção de Bin Abderrahman de fornecer 200 megawatts de eletricidade à Síria surge quase dez dias depois de a agência noticiosa oficial síria Sana ter anunciado que o país vai receber dois navios geradores de energia do Qatar e da Turquia para aumentar o seu fornecimento de energia.
O diretor-geral de transporte e distribuição de eletricidade, Khaled Abu Dai, indicou que os dois navios vão produzir cerca de 800 megawatts de eletricidade, o equivalente a "metade do que é atualmente gerado na Síria", que enfrenta cortes críticos na maior parte do dia e em quase todo o país, incluindo Damasco.
Como resultado, os sírios receberão mais 50% de eletricidade graças a estes dois navios, de acordo com Abu Dai, que não especificou quando chegarão à Síria.
Desde 08 de dezembro, a Síria vive um novo ciclo histórico, após os rebeldes, liderados pela Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir Al-Sham HTS) e por al-Charaa, terem expulsado o regime de Bashar al-Assad e assumido o poder.
Devastada pela guerra civil desde 2011, calcula-se que a economia síria tenha recuado 85% desde então, tendo pela frente custos de reconstrução estimados entre 250 mil e 400 mil milhões de milhões de dólares.
Cerca de 90% da população vive abaixo da linha de pobreza.
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