Secas extremas tornar-se-ão mais frequentes, severas e extensas

As secas plurianuais tornar-se-ão mais longas, frequentes e extremas com o aquecimento global, de acordo com um estudo baseado em dados meteorológicos globais entre 1980 e 2018, revelou hoje o Instituto de Ciência e Tecnologia da Áustria (ISTA).

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© BRYAN R. SMITH/AFP via Getty Images

Lusa
16/01/2025 19:14 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Seca extrema

"Todos os anos, desde 1980, as áreas atingidas pela seca aumentaram cinquenta mil quilómetros quadrados em média --- o que é aproximadamente a área da Eslováquia ou dos estados norte-americanos de Vermont e New Hampshire juntos ---, com grande prejuízo para os ecossistemas, a agricultura e a produção de energia", diz, citada em comunicado do ISTA, Francesca Pellicciotti, investigadora principal do Projeto EMERGE financiado pelo Instituto Federal Suíço de Investigação Florestal (WSL), no âmbito do qual o estudo foi realizado.

 

A equipa internacional utilizou informação da base de dados climáticos CHELSA, preparada pelo investigador sénior do WSL e autor do estudo, Dirk Karger, que remonta a 1979, para calcular anomalias na precipitação e evapotranspiração (evaporação de água do solo e perda de água das plantas por transpiração) e o seu impacto nos ecossistemas naturais em todo o mundo.

Conseguiu assim determinar a ocorrência de secas plurianuais tanto em regiões bem estudadas como em regiões menos acessíveis do planeta, especialmente em áreas como as florestas tropicais e os Andes, com poucos dados observacionais disponíveis.

Segundo Karger, o método utilizado no estudo, publicado na revista Science, permitiu conhecer "secas extremas que passaram despercebidas, como a que afetou a floresta tropical do Congo de 2010 a 2018", além das bem documentadas.

Para garantir resultados consistentes em todo o mundo, os cientistas desenvolveram uma análise multietapas e classificaram as secas pela sua gravidade desde 1980, mostrando o inventário que as 'megassecas' tiveram o maior impacto imediato em pastagens de zonas temperadas, sendo apontados como "pontos críticos" o oeste dos Estados Unidos, a Mongólia central e oriental e, particularmente, o sudeste da Austrália.

"Os resultados mostram que a tendência de intensificação das 'megassecas' é clara: a equipa produziu a primeira imagem global de alta resolução das 'megassecas' e do seu impacto na vegetação", segundo o comunicado.

"Atualmente, as estratégias de mitigação consideram as secas como eventos anuais ou sazonais, um contraste claro com as 'megassecas' mais longas e severas que enfrentaremos no futuro. (...) Esperamos que o inventário de secas que estamos a divulgar ajude os decisores a tomarem medidas de preparação e prevenção mais realistas". diz Francesca Pellicciotti no comunicado.

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