"Uma das coisas mais importantes é que, se houver um cessar-fogo, que seja duradouro e que seja sustentado", afirmou o chefe da diplomacia norte-americana na sua última conferência de imprensa.
Blinken alertou que esta garantia é fundamental, dado que o Presidente russo, Vladimir Putin, "vai tentar aliviar a pressão" das operações na Ucrânia e "atacar quando considerar que é o momento certo".
"É preciso chegar a um acordo de cessar-fogo para que a Rússia não volte a atacar", sublinhou.
Donald Trump, que será empossado a 20 de janeiro, tem criticado a administração do Presidente cessante, Joe Biden, por enviar armas para a Ucrânia, e tem também frisado que uma das suas prioridades será acabar com a guerra no país, iniciada com a invasão russa em fevereiro de 2022.
Blinken argumentou que a estratégia da administração cessante, que se focou no envio de armas para a Ucrânia e na imposição de sanções à Rússia, tinha como objetivo deixar a Ucrânia "numa posição de poder" face ao Kremlin (presidência russa).
"A Ucrânia poderia continuar a lutar, se necessário, ou sentar-se e negociar, se assim o desejasse, a partir de uma posição forte", acrescentou o chefe da diplomacia norte-americana.
Blinken garantiu ainda que a estratégia da administração democrata teve "impacto na economia russa, no seu futuro e na sua incapacidade de investir em infraestruturas críticas para o futuro".
Marco Rubio, o sucessor republicano de Blinken, afirmou na quarta-feira que a nova administração norte-americana tentará acabar com a guerra e apelou à Ucrânia e à Rússia para que façam "concessões".
O futuro secretário de Estado afirmou ainda que a Rússia não poderá invadir a Ucrânia na sua totalidade, mas sublinhou que a restituição dos territórios ucranianos perdidos para as forças russas durante a invasão é uma ideia "irrealista".
Numa conferência de imprensa, o comandante supremo aliado da NATO na Europa (SACEUR, na sigla em inglês), o general norte-americano Christopher Cavolli, desvalorizou hoje o impacto do regresso de Donald Trump à Casa Branca, garantindo que o apoio da NATO a Kiev está assegurado devido aos procedimentos e estruturas criados.
O principal responsável militar norte-americano na Europa defendeu que o apoio à Ucrânia é "duradouro" devido ao compromisso dos países da NATO e à criação das estruturas adequadas, referindo-se às decisões tomadas na última cimeira em Washington para que a aliança militar assuma medidas de apoio, como o fornecimento de equipamento e formação militar à Ucrânia.
"Criámos procedimentos e instituições que foram concebidos para durar. Não estou preocupado com a continuação da contribuição da NATO no apoio à Ucrânia", disse o general em Bruxelas.
Leia Também: Blinken diz-se "confiante" que cessar-fogo será implementado no domingo