Ucrânia? 2024 teve "aumento alarmante" de 30% entre vítimas civis

O número de vítimas civis na guerra na Ucrânia foi 30% maior no ano passado do que em 2023, um "aumento alarmante" divulgado hoje pelas Nações Unidas (ONU), que alertaram para o crescimento "particularmente angustiante" entre crianças.

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© Pavlo Zarva/Kordon.Media/Global Images Ukraine via Getty Images

Lusa
16/01/2025 22:02 ‧ há 7 horas por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

 Numa reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a Ucrânia, a subsecretário-geral para Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz, Rosemary DiCarlo, apresentou um balanço do número de mortos e feridos registados em 2024 pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).

 

"O mais perturbador é que em 2024 testemunhamos um aumento alarmante no número de vítimas civis. No ano passado, o número total de civis mortos e feridos foi 30% maior do que no ano anterior (...). O aumento de vítimas entre crianças é particularmente angustiante", destacou DiCarlo.

De acordo com a representante da ONU, mais crianças foram mortas ou feridas nos primeiros três trimestres de 2024 do que em todo o ano de 2023.

Fornecendo aos diplomatas dados do ACNUDH, Rosemary DiCarlo indicou que entre fevereiro de 2022 - quando começou a guerra - e 31 de dezembro de 2024, pelo menos 12.456 civis, incluindo 669 crianças, foram mortos.

Além disso, 28.382 civis, incluindo 1.833 crianças, ficaram feridos.

"Os números reais são provavelmente consideravelmente maiores", afirmou.

Ataques verificados a escolas e hospitais também aumentaram no ano passado, com mais de 580 instalações educacionais e de saúde danificadas ou destruídas em nove meses.

"A temporada de férias e Ano Novo, um momento destinado à paz e reflexão, não trouxe tréguas, mas sim uma escalada e até mesmo expansão dos combates, consistentes com o padrão perigoso do ano passado", frisou a subsecretário-geral.

Por exemplo, em 09 de janeiro deste ano, pelo menos 13 pessoas foram mortas e mais de 100 feridas em Zaporijia por um ataque russo, assinalou DiCarlo, acrescentando que as hostilidades nas últimas duas semanas forçaram a novos deslocamentos, com mais de 1.600 pessoas a fugirem das áreas da linha de frente dos combates, principalmente nas regiões de Donetsk e Kharkiv.

No início do novo ano, registaram-se também vítimas civis em territórios ocupados pela Rússia na Ucrânia, destacou.

"Em 10 de janeiro, um alegado ataque ucraniano na cidade de Donetsk resultou na morte de dois civis e no ferimento de outros dois num supermercado local.(...) Tais ações, não importa onde ocorram, são proibidas pelo direito internacional e devem cessar imediatamente", instou.

Além da morte e terror que os ataques diários causam à população local, Rosemary DiCarlo indicou que a situação é cada vez mais perigosa também para a comunidade diplomática e organizações internacionais que operam na Ucrânia, sendo que, em 20 de dezembro, um ataque em Kiev danificou seis embaixadas estrangeiras.

"Para os trabalhadores humanitários, este também foi outro ano difícil. Dez trabalhadores humanitários foram mortos e 41 feridos no cumprimento do dever", lamentou.

Além disso, a ONU manifestou alarme com os relatos de "execuções" de prisioneiros de guerra ucranianos por forças russas.

A ONU considerou que as alegações de 19 incidentes desde agosto, envolvendo a morte de 62 indivíduos, "eram confiáveis".

"O ACNUDH também descobriu que a Federação Russa usou tortura generalizada e sistemática contra prisioneiros de guerra ucranianos", denunciou DiCarlo.

O uso de tortura contra prisioneiros de guerra russos por forças ucranianas também foi documentado, com a ONU a observar que as autoridades ucranianas relataram a abertura de investigações sobre essas acusações.

A reunião de hoje foi convocada pela Eslovénia e pelos Estados Unidos --- co-detentores do dossiê da Ucrânia --- para receberem uma atualização geral sobre os desenvolvimentos do conflito.

A reunião de hoje do Conselho de Segurança sobre a Ucrânia será provavelmente a última antes da tomada de posse do Presidente eleito norte-americano, Donald Trump, que toma posse na segunda-feira sob a promessa de colocar um fim neste conflito.

[Notícia atualizada às 23h53]

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