Assinaram a declaração, entre outros, a relatora da ONU para os Territórios Palestinianos, Francesca Albanese, e os homólogos para a Liberdade de Expressão, Irene Khan, a Liberdade de Reunião e de Associação, Gina Romero, e a defensora dos direitos humanos, Mary Lawlor.
Os signatários do documento divulgado hoje pedem para que seja feita justiça pelos crimes de guerra e contra a humanidade e para que os palestinianos possam exercer o direito à autodeterminação.
"Só podemos esperar que este acordo ponha fim à devastadora perda de vidas, ao ataque genocida e à violência que atingiu milhões de pessoas no território palestiniano ocupado, causando uma destruição apocalíptica na Faixa de Gaza", dizem os peritos da ONU na declaração conjunta.
Manifestando consternação pelo facto de Israel ter continuado o bombardeamento indiscriminado de Gaza após o anúncio do acordo, os especialistas da ONU sublinharam que o cessar-fogo coloca grandes desafios a um território onde 70% das infraestruturas civis foram destruídas.
"A prioridade imediata é assegurar a prestação de ajuda humanitária, a recuperação e as reparações às pessoas afetadas", afirmaram os peritos.
"Quase dois milhões de pessoas deslocadas dentro de Gaza devem ser autorizados a regressar a casa e devem ser apoiadas para reconstruir a vida sem receio de alguma vez terem de abandonar as casas ou de serem perseguidas".
Os peritos apelaram a que todos os jornalistas, incluindo os dos meios de comunicação social internacionais, tenham acesso livre e seguro a Gaza e pediram investigações sobre as violações dos direitos humanos durante os 15 meses de conflito.
"Milhões de pessoas diretamente afetadas pela violência brutal do ano passado merecem justiça após os crimes de guerra, os crimes contra a humanidade e o genocídio", afirmaram, apelando a Israel para que deixe de obstruir o trabalho do Tribunal Penal Internacional e de outros organismos de responsabilização.
Entretanto, o primeiro-ministro israelita anunciou hoje ter "chegado a um acordo sobre a libertação dos reféns" detidos na Faixa de Gaza, depois de, na quinta-feira, ter acusado o Hamas de recuar em pontos do compromisso.
"O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu foi informado pela equipa de negociação que foram alcançados acordos para a libertação dos reféns", declarou, em comunicado, o gabinete do dirigente.
O gabinete de segurança deverá reunir-se hoje para aprovar o acordo, acrescentou.
Na quinta-feira, o gabinete do primeiro-ministro de Israel acusou o Hamas de recuar em pontos-chave do acordo para exigir concessões de última hora.
O Hamas negou a acusação.
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