Sudão do Sul impõe recolher obrigatório depois de pilhagens na capital

A polícia do Sudão do Sul anunciou hoje que foi decretado um recolher obrigatório durante a noite em Juba, a capital do país, depois de uma manifestação ter degenerado em pilhagens de lojas no centro da cidade.

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© GUY PETERSON/AFP via Getty Images

Lusa
17/01/2025 12:01 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Sudão do Sul

"Em resposta, ordenámos o recolher obrigatório a partir das 18:00", disse o inspetor-geral da polícia nacional, Abraham Manyuat, numa intervenção na televisão estatal, de acordo com a agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).

 

"Estas medidas adicionais têm como objetivo evitar qualquer violação da propriedade pública ou privada", acrescentou o responsável, depois de na quinta-feira à noite se ter realizado uma manifestação em protesto contra o recente homicídio de 29 cidadãos em Wad Madani, no estado devastado pela guerra de Al-Jazeera, no vizinho Sudão.

Esta manhã, a calma parecia ter regressado a Juba, apesar dos tiros esporádicos que ainda se ouvem, segundo a AFP, que escreve que a maioria das lojas permaneceu fechada e o exército e a polícia foram colocados nos principais cruzamentos.

"Apelo a todos para que usem de contenção e permitam que os governos do Sudão do Sul e do Sudão resolvam esta questão", afirmou o Presidente, Salva Kiir, numa declaração difundida na quinta-feira à noite.

"Não devemos permitir que a raiva tolde o nosso julgamento e aqueles que fogem da violência merecem proteção", acrescenta-se na declaração citada pela AFP.

Muitos cidadãos sudaneses residem ou refugiaram-se no Sudão do Sul, que se tornou independente do país vizinho em 2011 e que, desde então, tem sido assolado por uma instabilidade crónica.

O Sudão enfrenta uma guerra civil, desde abril de 2023, com consequências que as Nações Unidas já classificaram da pior crise de deslocados do mundo, com dezenas de milhares de mortos e de refugiados, além da escassez de alimentos.

O conflito opõe as Forças Armadas Sudanesas (SAF) lideradas pelo Presidente Abdel Fattah Al-Burhan, e as Forças de Apoio Rápido (RSF) comandadas por Mohamed Hamdan Dagalo, anteriormente aliado Al-Burhan.

Leia Também: Sudão do Sul retoma produção e exportação de petróleo suspensa há um ano

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