"Em resposta, ordenámos o recolher obrigatório a partir das 18:00", disse o inspetor-geral da polícia nacional, Abraham Manyuat, numa intervenção na televisão estatal, de acordo com a agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).
"Estas medidas adicionais têm como objetivo evitar qualquer violação da propriedade pública ou privada", acrescentou o responsável, depois de na quinta-feira à noite se ter realizado uma manifestação em protesto contra o recente homicídio de 29 cidadãos em Wad Madani, no estado devastado pela guerra de Al-Jazeera, no vizinho Sudão.
Esta manhã, a calma parecia ter regressado a Juba, apesar dos tiros esporádicos que ainda se ouvem, segundo a AFP, que escreve que a maioria das lojas permaneceu fechada e o exército e a polícia foram colocados nos principais cruzamentos.
"Apelo a todos para que usem de contenção e permitam que os governos do Sudão do Sul e do Sudão resolvam esta questão", afirmou o Presidente, Salva Kiir, numa declaração difundida na quinta-feira à noite.
"Não devemos permitir que a raiva tolde o nosso julgamento e aqueles que fogem da violência merecem proteção", acrescenta-se na declaração citada pela AFP.
Muitos cidadãos sudaneses residem ou refugiaram-se no Sudão do Sul, que se tornou independente do país vizinho em 2011 e que, desde então, tem sido assolado por uma instabilidade crónica.
O Sudão enfrenta uma guerra civil, desde abril de 2023, com consequências que as Nações Unidas já classificaram da pior crise de deslocados do mundo, com dezenas de milhares de mortos e de refugiados, além da escassez de alimentos.
O conflito opõe as Forças Armadas Sudanesas (SAF) lideradas pelo Presidente Abdel Fattah Al-Burhan, e as Forças de Apoio Rápido (RSF) comandadas por Mohamed Hamdan Dagalo, anteriormente aliado Al-Burhan.
Leia Também: Sudão do Sul retoma produção e exportação de petróleo suspensa há um ano