"A libertação dos presos (...) não terá lugar antes das 16:00 de domingo [14:00 hora de Lisboa]", indica um comunicado de imprensa do Ministério da Justiça israelita.
Validado pelo gabinete de segurança israelita, mas ainda por aprovar pelo Governo, o acordo de tréguas na Faixa de Gaza, que deverá entrar em vigor no domingo, prevê numa primeira fase a libertação de 33 reféns que permanecem em cativeiro no enclave palestiniano em troca de várias centenas de palestinianos encarcerados por Israel.
Alcançado após meses de negociações indiretas, o acordo será dividido em três fases.
A primeira durará 42 dias e certificará também o fim das hostilidades e a retirada das tropas israelitas da fronteira.
A lista inclui 70 mulheres, incluindo uma menor, e 25 homens, nove dos quais têm menos de 18 anos. De acordo com o ministério, o mais novo tem 16 anos.
Na lista fornecida por Telavive, apenas sete prisioneiros foram detidos antes de 07 de outubro de 2023, data do início das hostilidades em Gaza, que foram desencadeadas por um ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano Hamas no sul do território israelita.
Entre eles está Khalida Jarrar, 60 anos, membro da Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP), um movimento marxista classificado como "organização terrorista" por Israel, Estados Unidos e União Europeia (UE), presa no final de dezembro na Cisjordânia, território palestiniano ocupado por Israel desde 1967.
De acordo com duas fontes próximas do Hamas, o primeiro grupo de reféns a ser libertado deverá ser constituído por "três soldados israelitas". No entanto, o movimento islamita considera que qualquer homem ou mulher israelita em idade militar é um soldado, pelo que poderão ser três civis.
Os três primeiros nomes de uma lista de 33 reféns a libertar durante a primeira fase do acordo de tréguas, obtidos de uma fonte próxima do Hamas, são os de três mulheres com menos de 30 anos que não estavam ao serviço do exército no dia em que foram sequestradas.
Os Estados Unidos e o Qatar anunciaram na quarta-feira que, na qualidade de principais mediadores entre Israel e o Hamas, as partes tinham chegado a um acordo sobre um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
Tal como acordado, o cessar-fogo deverá entrar em vigor às 12:15 locais de domingo (10:15 em Lisboa) e, de acordo com informações da agência noticiosa israelita Walla, a troca dos primeiros reféns terá início por volta das 16:00 locais (14:00 em Lisboa), embora ainda não tenha sido anunciada uma hora oficial.
A segunda fase do acordo de tréguas envolverá a distribuição de ajuda humanitária "segura e eficaz" a grande parte da Faixa de Gaza e a realização de reparações em instalações de saúde, além do envio para o enclave de mantimentos e combustível.
Os pormenores sobre a segunda fase, mas também sobre a terceira etapa do acordo, serão divulgados assim que a primeira fase for certificada.
Israel lançou a sua ofensiva contra Gaza após os ataques sem precedentes levados a cabo pelo Hamas a 07 de outubro de 2023 no sul do território israelita, que fizeram quase 1.200 mortos e cerca de 250 reféns.
Desde então, mais de 46.700 palestinianos foram mortos na Faixa de Gaza, de acordo com as autoridades do enclave, controladas pelo Hamas.
Também foram mortas mais de 850 pessoas pelas forças de segurança israelitas e em ataques de colonos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
[Notícia atualizada às 18h00]
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