Escolha de Trump para Segurança Interna vê fronteira como "ameaça n.º1"

A governadora norte-americana Kristi Noem, escolhida por Donald Trump para liderar o Departamento de Segurança Interna, apontou hoje como "ameaça número um" a fronteira com o México, classificando-a como "zona de guerra".

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© Tom Williams/CQ-Roll Call, Inc via Getty Images

Lusa
17/01/2025 18:05 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

EUA

Perante o Comité de Segurança Interna e Assuntos Governamentais do Senado, a governadora da Dakota do Sul afirmou que a fronteira sul do país "não está segura hoje", mas passará a estar dentro de três dias, após Donald Trump tomar posse como Presidente dos Estados Unidos: "ele protegerá a nossa fronteira", advogou.

 

Ao defender que as fraquezas da fronteira sul - por onde entraram diariamente milhares de imigrantes indocumentados ou em busca de asilo - representam a "ameaça número um" à segurança interna do país, Kristi Noem explicou aos senadores a sua decisão de enviar a Guarda Nacional para o Texas, em 2021.

"É uma zona de guerra", disse Noem, que será responsável pela supervisão da segurança da fronteira caso seja confirmada no cargo.

Na sua audiência de confirmação, a governadora defendeu as promessas de Trump de implementar "o maior programa de deportação da história americana".

O papel de Noem será crítico para executar as promessas de Trump de deportações em massa de imigrantes ilegais e reforçar a segurança na fronteira sul do país.

Se confirmada, a governadora de 53 anos supervisionará os agentes de fronteira do país, oficiais de deportação e aqueles que supervisionam o sistema de asilo e refugiados. Mas o departamento também inclui outras agências críticas como o Serviço Secreto, a Guarda Costeira e a Agência Federal de Gestão de Emergências.

Kristi Noem chegou a ser considerada por Trump para sua vice-presidente, mas caiu em desgraça após revelar num livro que matou a tiro o seu cão de caça de 14 meses por ser considerado "impossível de treinar".

Durante a audiência de hoje, o senador democrata Richard Blumenthal admitiu ter "sérias dúvidas" sobre a capacidade de Noem para administrar "essa enorme organização de consequências tão sérias para a segurança nacional".

Blumenthal insistiu ainda que Noem respondesse às suas perguntas sobre se enfrentaria Trump se o Presidente lhe pedisse que retivesse dinheiro para ajuda humanitária em certos estados.

Embora Noem tenha evitado dizer que desafiaria Trump, respondeu ao senador: "Eu executarei os programas de acordo com a lei e isso será feito sem preconceito político".

O senador democrata Gary Peters perguntou a Noem sobre como tenciona lidar com a ameaça de terroristas fixados nos EUA.

A governadora indicou que o "terrorismo doméstico está a aumentar" no país, defendendo que essa seja também uma prioridade para os próximos quatro anos.

"Vemos cada vez mais incidentes de pessoas que são cidadãos dos EUA que se radicalizaram. É extremamente importante saber quando as pessoas estão a deixar o país e a voltar, mudanças nos seus comportamentos e quais são suas ações. O Departamento de Segurança Interna precisa de utilizar recursos para identificar essas ameaças e precisa de ser proativo para preveni-las, mas também proteger os direitos civis e as liberdades nesse processo", respondeu.

"Espero que possamos obter o vosso apoio para esta nomeação e sermos confirmados rapidamente para que possamos lidar com as ameaças que enfrentamos atualmente e garantir que não tenhamos nenhuma repetição do dia que vimos no início deste ano, no dia de Ano Novo", afirmou, referindo-se ao ataque em que um homem norte-americano conduziu uma carrinha contra uma multidão nos festejos de passagem de ano em Nova Orleães, matando 14 pessoas.

Nos Estados Unidos, a Constituição exige que as nomeações de altos funcionários sejam confirmadas por votação no Senado, após audição na comissão responsável pelo cargo em questão.

As audiências começaram na terça-feira, a pouco menos de uma semana de Trump tomar posse pela segunda vez como Presidente.

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