"O Governo palestiniano, sob a liderança do Presidente Abbas, completou todos os preparativos para assumir plenamente as suas responsabilidades na Faixa de Gaza", refere um comunicado da Presidência palestiniana, que reafirma "a autoridade jurídica e política do Estado da Palestina sobre este território".
Entre essas responsabilidades é enumerado o regresso das pessoas deslocadas, assim como a prestação de serviços básicos, a gestão dos pontos de passagem e a reconstrução do território devastado por mais de 15 meses de guerra.
O Hamas, que venceu as últimas eleições legislativas palestinianas em 2006 e assumiu o poder em Gaza em 2007, tinha indicado no início da guerra que não pretendia governar a Faixa de Gaza após o conflito com Israel.
Fontes do Hamas manifestaram à agência noticiosa France Presse a disponibilidade para entregar os assuntos civis de Gaza a uma entidade palestiniana.
O governo israelita de Benjamin Netanyahu fez da destruição do Hamas em Gaza um dos seus objetivos de guerra, mas também deixou claro várias vezes a sua firme oposição ao regresso da Autoridade Palestiniana a Gaza.
Mas o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou na semana passada que a entidade presidida por Abbas, que tem autoridade administrativa parcial na Cisjordânia, um território ocupado por Israel desde 1967, deveria recuperar o controlo de Gaza no futuro.
Blinken propôs o envio de uma força de segurança internacional para Gaza e que o território fosse colocado sob a responsabilidade da ONU, uma vez terminada a guerra.
Porém, dirigentes palestinianos de todas as fações chamam a si as decisões sobre o futuro de Gaza, rejeitando qualquer interferência externa.
O governo israelita ainda terá de aprovar o acordo de tréguas, anunciado na quarta-feira, depois de o gabinete de segurança ter já dado hoje luz verde.
O acordo de cessar-fogo deverá entrar em vigor no domingo.
Alcançado após meses de negociações indiretas, o acordo será dividido em três fases.
A primeira durará 42 dias e certificará o fim das hostilidades, a retirada das tropas israelitas da fronteira e a troca de 33 reféns por prisioneiros palestinianos.
Israel lançou a sua ofensiva contra Gaza após os ataques realizados pelo Hamas a 07 de outubro de 2023 no sul do território israelita que fizeram quase 1.200 mortos e cerca de 250 reféns.
Desde então, mais de 46.700 palestinianos foram mortos na Faixa de Gaza, de acordo com as autoridades do enclave, controladas pelo Hamas.
Também foram mortas mais de 850 pessoas pelas forças de segurança israelitas e em ataques de colonos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis.
Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 97 dos quais continuam em cativeiro, 34 deles entretanto declarados mortos pelo Exército israelita.
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