"A administração Trump continuará a exigir a libertação de todos os americanos detidos pelos talibãs, especialmente à luz dos milhares de milhões de dólares de ajuda dos Estados Unidos que receberam nos últimos anos", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca (presidência), Brian Hughes, em comunicado.
Uma troca de prisioneiros entre os Estados Unidos e o Afeganistão resultou na libertação de dois norte-americanos e de um talibã em prisão perpétua na Califórnia por tráfico de droga e terrorismo, indicaram hoje as autoridades talibãs.
O acordo foi concluído no momento em que o Presidente norte-americano cessante, o democrata Joe Biden - que supervisionou a caótica retirada dos Estados Unidos da América (EUA) do Afeganistão em 2021 - entregou o poder ao atual Presidente norte-americano, o republicano Donald Trump, na segunda-feira.
O Governo talibã saudou a troca, classificando-a como um passo em direção à "normalização" das relações entre os EUA e o Afeganistão, mas isso continuará a ser difícil, uma vez que a maioria dos países do mundo ainda não reconhece a legitimidade do seu poder e se crê que há mais dois norte-americanos presos no país.
Em Cabul, o Ministério dos Negócios Estrangeiros talibã confirmou a troca, dizendo que dois cidadãos norte-americanos não-identificados tinham sido trocados por Khan Mohammed, condenado a duas penas de prisão perpétua em 2008.
A família de Ryan Corbett, um dos cidadãos norte-americanos encarcerados pelos talibãs, confirmou a sua libertação num comunicado. Corbett, que vivia no Afeganistão com a família aquando da queda do Governo apoiado por Washington, em 2021, foi detido pelos talibãs em agosto de 2022, durante uma viagem de negócios.
"Os nossos corações estão cheios de gratidão e louvor a Deus por manter a vida de Ryan e trazê-lo de volta para casa, após o que foram os 894 dias mais desafiadores e inseguros das nossas vidas", afirmou a família num comunicado, agradecendo a Trump e a Biden, bem como a muitos funcionários do Governo norte-americano, pelos seus esforços para o libertar.
A família de Ryan Corbett também saudou o Qatar "pelo seu papel vital em facilitar a libertação de Ryan e pelas suas visitas a Ryan como potência protetora dos Estados Unidos no Afeganistão".
O Qatar tem sido o mediador de negociações entre os Estados Unidos e os talibãs ao longo dos anos e esteve também envolvido nesta troca de prisioneiros.
Tanto a estação televisiva norte-americana CNN como o diário The New York Times, citando responsáveis que solicitaram o anonimato, identificaram o segundo cidadão norte-americano libertado como William McKenty, embora não se conheçam mais pormenores sobre a sua identidade ou sobre o que fazia no Afeganistão.
Khan Mohammed, 55 anos, que cumpria pena na Califórnia, foi detido no campo de batalha em Nangarhar e depois levado para os Estados Unidos. Um júri federal condenou-o por transportar heroína e ópio que sabia destinarem-se aos EUA e, ao fazê-lo, envolver-se em ações terroristas.
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