Empresário acusado de planear morte de jornalista em Malta sai sob fiança

Vários outros pedidos de fiança tinham sido recusados, uma vez que os procuradores temiam que o empresário fugisse ou adulterasse provas.

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Notícias ao Minuto com Lusa
24/01/2025 15:02 ‧ há 2 dias por Notícias ao Minuto com Lusa

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Malta

O empresário que foi acusado de ter planeado o homicídio da jornalista de investigação Daphne Caruana Galizia, em 2017, foi libertado sob fiança, esta sexta-feira.

 

Yorgen Fenech, que nega as acusações, estava detido desde novembro de 2019. Há vários anos que o processo de pré-julgamento decorre, ainda que não tenha sido estabelecida uma data para o mesmo, noticiou a agência Reuters.

O tribunal decretou que o empresário não se poderá aproximar da costa ou do aeroporto de Malta a menos de 50 metros. O homem teve ainda de entregar os seus documentos de identidade e o passaporte, tendo ficado proibido de comunicar com as testemunhas da acusação, particularmente com um intermediário que entregou provas ao Estado, de acordo com aquele meio.

Além disso, a sua tia, que é a sua fiadora, teve de depositar várias centenas de milhares de euros junto do tribunal.

Vários outros pedidos de fiança tinham sido recusados, uma vez que os procuradores temiam que o empresário fugisse ou adulterasse provas.

Ainda assim, a defesa insistiu que Fenech satisfazia todas as condições de fiança exigidas pela lei e que tinha cumprido cinco anos de prisão sem julgamento, e sem nunca ter causado problemas no estabelecimento prisional.

Recorde-se que Alfred e George Degiorgio foram condenados a 40 anos de prisão cada, em 2022, depois de terem confessado serem responsáveis pela morte de Daphne Caruana Galizia, a 16 de outubro de 2017.

Daphne Caruana Galizia, que havia investigado o suposto envolvimento da classe política maltesa com os 'Panama Papers' e descoberto escândalos de corrupção e da máfia, foi morta depois de um engenho explosivo ter sido ativado no carro onde seguia, num ataque que chocou a opinião pública e levou à renúncia do então primeiro-ministro maltês, Joseph Muscat.

Os irmãos Degiorgio concordaram em admitir a responsabilidade pelo crime em troca de benefícios de prisão e uma pena de 40 anos Caso contrário, enfrentariam prisão perpétua. A juíza Edwina Grima proferiu a sentença e obrigou-os também a pagar 43 mil euros em custas processuais, cada um.

O caso está envolto em torno de quatro sujeitos: o empresário, acusado de planear o assassínio, que foi preso em 2019 quando tentava deixar Malta a bordo do seu iate; e os autores, os irmãos Degiorgio e um terceiro cúmplice, Vince Muscat, condenado a 15 anos em fevereiro de 2019.

O taxista Melvin Theuma, acusado de ser intermediário entre o mandante do crime e os assassinos, que foi amnistiado por ajudar a esclarecer o caso, assegurou que o empresário Fenech foi o "único cérebro" do crime.

Leia Também: Português detido em Malta por homicídio. Corpo encontrado em mala

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